Boteco Lava Jato: o direito criminal está nas rodas de conversa

Em entrevista ao PUC-Jornal, o advogado Antonio Carlos Almeida Castro, Kakay, afirma que a espetacularização do direito penal prejudica as investigações ao permitir pré-julgamentos e pressão sobre os tribunais superiores

por Thaís Polato | 08/05/2017
TV PUC

De José a José, é longa a lista de políticos, empresários e artistas que são ou foram clientes de Kakay, como é conhecido um dos mais requisitados advogados criminalistas do Brasil. Antonio Carlos Almeida Castro, que já defendeu José Dirceu e José Sarney, também é advogado de diversos envolvidos na Lava Jato. “O direito penal virou o assunto de todas as mesas. Em qualquer mesa de boteco, as pessoas podem não lembrar quem são os jogadores da seleção, mas dizem de cor os nomes dos onze ministros do Supremo”, afirma Kakay.

Em entrevista ao PUC-Jornal, o advogado afirma que não se pode falar mais em sensação de impunidade no país depois da operação da PF. “Sob esse aspecto, a Lava Jato traz uma novidade muito positiva para o país”, afirma. O advogado ressalta que é preciso, no entanto, analisar outro aspecto. “O problema é que estamos chegando a este caminho positivo de maneira equivocada, ao afastar direitos constitucionais, permitir prisões a qualquer custo, incentivar delações com finalidade de levar alguém à prisão. Vivemos uma completa espetacularização do direito penal”, completa.

Assista à entrevista que o criminalista concedeu ao PUC-Jornal, direto dos estúdios da TV PUC.

 

 

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