Ministro Barroso destaca IA, crise da democracia e mudanças climáticas como principais desafios sociais

Presidente do Supremo Tribunal Federal proferiu aula magna no Tuca, na manhã de 4/3

por Redação | 04/03/2024
Renata Nascimento / Acervo ACI

Com o tema Brasil Pra Quem? A democracia inclusiva como norte do direito nacional, o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso proferiu aula magna no Tuca, na manhã de 4/3.

A atividade foi organizada pela Faculdade de Direito, pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto e pela Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias. A mesa foi composta pelo ministro Barroso, pela reitora Maria Amalia Andery, pelo diretor da Faculdade de Direito prof. Vidal Serrano, pela profa. Flavia Piovesan e pela presidenta do C.A., Ana Júlia Carmona.

Jurista, professor e magistrado, Barroso é formado em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Universidade Yale (EUA) e doutor em Direito Público também pela UERJ, tendo realizado estudos de pós-doutorado na Harvard Law School.

Agenda para o Brasil pode unir progressistas, liberais e conservadores

“’Democracia pra quem?’, provoca o título desta aula magna. Extraio alguns tópicos da própria Constituição para responder à pergunta”, afirmou o presidente do STF. “São itens que, a meu ver, devem ser a agenda para o Brasil, uma agenda que pode unir progressistas, liberais e conservadores: combate à pobreza à desigualdade (deve estar no topo da agenda, não tem cabimento o país que é a nona economia do mundo ter tanta gente passando fome), crescimento econômico e tributação justa, prioridade máxima para a educação básica e pública de qualidade, investimento em ciência e tecnologia, segurança pública, saneamento básico, habitação popular digna e liderança ambiental”, defendeu Barroso.

O ministro disse ainda considerar que os principais desafios que se impõem atualmente à sociedade são a Inteligência Artificial, a crise da democracia e as mudanças climáticas. Aos jovens, deixou um conselho: “como cidadão, a minha sequência de regras na vida é integridade, civilidade, idealismo. A democracia é a capacidade dos contrários conviverem. Essa talvez seja a mensagem mais importante que eu gostaria de compartilhar com vocês”.


Leia alguns destaques das participações dos outros componentes da mesa. Em seguida, acesse o vídeo com a íntegra do evento e a galeria de fotos.

♦ Reitora Maria Amalia Andery

”Não sou da área de Direito, ministro Barroso, então o vejo aqui como o povo o vê. E o que eu vejo, escuto e acompanho é um movimento que merece todo o nosso respeito. O movimento de uma instituição brasileira que tem o sr. à frente e que fez uma admirável inversão, se tornando não apenas uma instituição distante e povoada por advogados e grandes causas, muitas delas incompreensíveis, mas uma instituição povoada pelas causas do presente, pelas que são de fato importantes para construir um país que supere sua história escravocrata, sua história de preconceitos, de violências e de enormes disparidades sociais e econômicas. É uma enorme honra para toda a Universidade recebê-lo aqui hoje, neste teatro, palco de lutas e de resistência democrática.”

♦ Vidal Serrano, diretor da Faculdade de Direito

“Quero saudar o ministro Barroso, cujo nome pode ser traduzido como ‘coerência’. É difícil ver uma pessoa como ele que, em todas as suas funções e interações, mostra coerência em torno da defesa dos direitos fundamentais, dos excluídos, das minorias, ou seja, daqueles que politicamente não podem se auto proteger. Para nós é uma honra recebê-lo aqui, tanto por sua influência na área de Direito Constitucional da PUC-SP, quanto por se tratar de uma referência nacional na defesa dos direitos e da cidadania”.

♦ Flávia Piovesan, profa. de Direito Constitucional e primeira mulher presidenta do C.A. 22 de Agosto

“Quero agradecer a presença do ministro presidente do Supremo Tribunal Federal e sempre professor, Luís Roberto Barroso. Se estamos aqui debatendo a democracia, é porque o STF a defendeu como valor inabalável, debelando o populismo autoritário, preservando direitos e liberdades, combatendo o abuso do poder, o arbítrio, protegendo os mais vulneráveis, como os povos indígenas e as populações quilombolas, defendendo o direito à ciência e à saúde, e como órgão guardião da Constituição, fazendo viva a Constituição, na defesa de sua força normativa. É uma honra iniciar o nosso ano com sua aula magna.”

♦ Ana Júlia Carmona, presidenta do C.A. 22 de Agosto

“A partir de hoje vocês, novos alunos, farão parte da nossa comunidade e entenderão o sentimento de ser um(a) filho(a) da PUC-SP. Quando tratamos do tema “Brasil pra quem?”, o que me vem muito à mente é a história da Universidade e de nosso centro acadêmico, como vetores e guias da democracia brasileira. Se hoje podemos participar do movimento estudantil, e clamar por melhorias no Estado Democrático de Direito, é porque tivemos aqueles que lutaram anteriormente.

Da mesma forma resiliente que alunos da PUC-SP se envolveram na luta contra governos autoritários, devemos ser resilientes em manter nossos direitos e fazê-los efetivos na nossa sociedade brasileira. Aos novos estudantes, deixo um recado: contem conosco sempre”.


Assista à íntegra do evento


Repercussão na imprensa externa

A presença do ministro Barroso na PUC-SP despertou a atenção da imprensa externa, que realizou cobertura do evento. Veja a seguir algumas reportagens publicadas:

CNN Brasil

Jovem Pan

O tempo

Folha de S.Paulo

UOL

O Antagonista

Revista Oeste


Confira a reportagem da TVPUC

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