Educação STEAM: o que é, para que serve e como usar
Artigo do prof. David Lemes, diretor da Faculdade de Estudos Interdisciplinares
Educação STEAM: o que é, para que serve e como usar
Constantemente temos debatido por aqui novas formas de aprendizagem. Mais do que entender que o mundo está em constante evolução, precisamos também nos adaptar as mudanças. A educação faz parte desta roda. O modelo tradicional de ensino já vem sendo questionado há anos. E o motivo dos questionamentos são justamente pontos importantes para a sociedade em que vivemos, onde não é valorizado as particularidades de cada aluno, nem sua forma de aprendizado, de forma geral.
Hoje vamos falar de mais uma possibilidade inovadora de ensino. A metodologia de educação STEAM. Você conhece ou já ouviu falar?
O modelo STEAM prevê a integração de conhecimentos de Artes, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, possibilitando ao aluno se preparar para desafios como cidadão e também no mercado de trabalho.
A metodologia surgiu nos Estados Unidos na década de 1990, após ser constatado o desinteresse de alunos pelas ciências exatas. A sigla STEAM quer dizer em inglês Science, Technology, Engineering, Arts, Mathematics.
A forma de ensino faz não só a integração das áreas do conhecimento, mas permite ao aluno usá-las para conexões na hora de resolução de problemas diários. O aprendizado é amplamente beneficiado com a interdisciplinaridade. Além disso, neste processo de ensino os alunos aprendem a colaborar uns com os outros.
É papel importante do professor ser o mediador dessa nova proposta pedagógica. Ele deve trazer os alunos a entenderem como aprender fazendo, a educação desta forma fica mais desafiadora e atrativa.
Já falamos neste espaço sobre ensino híbrido, inteligência artificial na educação, e tantas iniciativas que tornam o ensino mais próximo do aluno, e como um trabalho em conjunto é necessário para que seja aplicado esta nova realidade.
Muitas dessas iniciativas necessitam de um certo investimento, e as vezes um pouco mais complexo para se tornar viável de forma rápida. A implementação da metodologia STEAM é mais simples do que podemos imaginar.
Você não precisa de ferramentas tecnológicas e super modernas para trazê-las para a sala de aula. Com pequenas adequações é possível usar essa metodologia a favor do ensino.
O primeiro ponto que o professor deve entender para aplicar a metodologia é colocar a integração como centro da didática. Como já falamos anteriormente a figura do professor se torna essencial à medida que, neste sistema o professor é como um mediador, um mentor, para as principais questões levantadas.
É de responsabilidade do educador apontar novas maneiras de solucionar uma mesma questão. Partimos então de uma necessidade básica para implementação da metodologia: treinar seus professores para esta nova abordagem.
Os professores precisarão olhar o currículo básico e escolherem caminhos para apresentar os conceitos aos alunos de forma integrada. Uma das possibilidades para como fazer isso é criar oficinas. Dividir alunos em grupos e propor que eles encontrem uma solução prática para um determinado problema. As atividades devem provocar e estimular a solução com diversas frentes, envolvendo as áreas que fazem parte do STEAM.
Estimule debates em sala de aula, leve até os alunos questões que eles cheguem a diferentes hipóteses e compartilhem o como da solução, para que o processo de aprendizagem seja amplo e colaborativo.
Outro ponto positivo da metodologia STEAM é o desenvolvimento das competências e habilidades socioemocionais. O trabalho de troca em grupo, permite o desenvolvimento dessas habilidades. Os alunos entenderão o quanto é necessário empatia e cooperação para chegar a uma resposta.
Uma forma eficaz de fazer essa metodologia acontecer é também trazer problemas reais para sala de aula. Se estamos aprendendo como lidar com tantas mudanças, o mesmo acontece com nossos alunos. Estamos preparando pessoas e profissionais para lidar com algo que talvez ainda nem exista, portanto, quanto mais próximo trouxermos a educação para sua realidade mais sentido fará para eles. Envolva questões que os motivem, problemas que afetam sua comunidade, família, traga o que é importante para os alunos.
A metodologia também ganha espaço com investimento em novas ferramenta para escola. Laboratórios de física, química e outros ambientes onde a problemática levantada possa ser testada e que eles vejam a solução acontecer.
Salas de informática e ambientes maker ajudam muito neste processo, a implementação de jogos, usar diferentes plataformas, não ficar tão engessado somente ao caderno e livros, afinal a realidade dele é a interação com todas essas tecnologias.
Você já faz o uso da integração de disciplinas na sua forma de ensinar? Acredita que este seja um caminho positivo para educação? Acha que o STEAM pode render bons frutos?