Terra em Transe | Eleições no Chile: o que vem depois dos protestos?

23 de novembro de 2021

No último domingo (22) os chilenos forma às urnas para eleger um novo presidente e renovar a maioria do congresso –27 assentos de 50 no Senado e todas as 155 vagas na Câmara. Esta é a eleição mais conturbada desde a redemocratização do Chile. O pano de fundo são os protestos de 2019, cujo estopim foi um aumento no preço das passagens de metrô e que acabou gerando uma nova Assembleia Constituinte. Presidida por uma indígena mapuche e com evidente domínio da oposição de esquerda ao governo Sebastian Piñera, o grupo de 155 representantes terá, no máximo, um ano para redigir a nova carta. O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, porém, parece não refletir uma posição tão à esquerda quanto a Constituinte: o conservador pinchetista Jose Antonio Kast, visto como “Bolsonaro chileno” levou 27,92% dos votos válidos contra 25,8% para Gabriel Boric, militante estudantil histórico e candidato da esquerda. Menos de 50% dos eleitores inscritos compareceram às urnas. O segundo turno, marcado para 19 de dezembro, pode significar uma guinada à esquerda, ecoando as eleições bolivianas e no rumo da própria Constituinte, ou uma derrota para as ruas de 2019. Para comentar o cenário chileno e as perspectivas para a América Latina convidamos o jornalista João Paulo Charleaux, repórter especial no Nexo, e Talita Tanscheit, doutoranda em ciência política pela UFRJ. A conversa será conduzida por Antonio Miranda, graduando em Relações Internacionais pela PUC-SP, e por Bárbara Blum, jornalista e mestranda em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais na PUC-SP.

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