PUC-SP sedia encontro de reitores de universidades comunitárias promovido pela ABRUC
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No encerramento da Semana de Recepção aos calouros de Medicina da PUC-SP, realizada em 9/2, primeiranistas, veteranos, membros do Centro Acadêmico Vital Brazil e integrantes do Pucalhaços, promoveram mais um Café da Manhã Solidário. A atividade atendeu, aproximadamente, 200 pessoas, entre moradores em situação de rua e pacientes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).
O Café da Manhã Solidário é uma tradição da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) que reforça o compromisso social da comunidade acadêmica. Shelley Arruda Pinhal de Camargo, psicóloga da faculdade, destacou uma particularidade. “Após onze anos participando das atividades de recepção dos novos alunos, notamos alguns aspectos entre as turmas. Esta, de 2024, é, sem dúvida, uma das que demonstraram maior sensibilidade social”, afirmou.
· Verônica Riccio de Borba, que atualmente enfrenta o desafio de viver nas ruas, foi uma das beneficiadas pelo Café da Manhã Solidário. Abordada nas proximidades do CHS por Amanda, uma jovem aluna da universidade, ela descreveu o momento como "maravilhoso".
Verônica, aos 34 anos, adota a filosofia de viver um dia de cada vez, uma estratégia de sobrevivência nas ruas, mas mantém a esperança em um futuro promissor. "Estou apenas atravessando uma fase", afirmou com otimismo.
A diferença de idade entre ela e Amanda, que tem 21 anos, não impediu uma conexão significativa. Verônica elogiou a abordagem gentil e empática da estudante, destacando a capacidade de Amanda em transmitir fé e empatia. Essa interação reflete a capacidade transformadora do voluntariado, não apenas para quem recebe ajuda, mas também para quem a oferece.
Apesar de sua situação atual, Verônica tem consciência da ironia do destino, lembrando-se de quando sua realidade era outra, inclusive com uma irmã formada em Enfermagem pela PUC-SP. Sua jornada nas ruas permitiu compreender a igualdade humana, transcendendo as circunstâncias e o preconceito. "Através da dor e da luta diária, descobri que todos somos iguais", concluiu, compartilhando uma lição de vida que vai além das aparências.
· Helena Buglia Toni, primeiranista, afirmou ser muito gratificante poder ajudar as pessoas atendidas e estabelecer um espírito de compreensão de suas vidas. “Agradeço muito à faculdade por proporcionar uma atividade como esta para nós”, elogiou.
· A presidente do Centro Acadêmico Vital Brazil, Caroline Marie Alves Ferreira, cursa o terceiro ano. “É muito legal observar pessoas que, normalmente, vemos em nosso dia a dia na rua, ao redor da nossa faculdade, estando aqui hoje, sendo tratadas com dignidade, como sempre deveriam ser, pois, muitas vezes, são marginalizadas”.
· Ana Luiza Charanzek de Souza Costa estava presente, mas não em sua função habitual como aluna do segundo ano. Ela participou como Fofochila, a palhaça integrante do grupo Pucalhaços.
Sua presença no Café da Manhã Solidário do ano anterior, enquanto ainda era primeiranista, serviu de inspiração para se juntar ao grupo de palhaços, evidenciando o impacto transformador de iniciativas solidárias na formação e na trajetória dos estudantes, inclusive, melhorando a sua forma de se comunicar, expressar e relacionar com as pessoas.
Ela também observou a adesão da turma deste ano na atividade. “Notei que neste ano, os primeiranistas vieram em peso, assim como os palhaços”.
Durante a Semana de Recepção na FCMS, houve as boas-vindas oficiais pela Direção e Coordenação; uma imersiva visita ao Laboratório de Anatomia; palestra sobre práticas de suporte básico à vida, ministrada por profissional do Samu; além de uma aula magna com o professor-doutor Ben-Hur Ferraz. Atividades de cunho social, como a doação voluntária de sangue no Hemonúcleo e um café da manhã solidário, também fizeram parte da programação, enfatizando o compromisso da instituição com a responsabilidade social.