Doutora recebe prêmio de melhor tese de Relações Internacionais pela ABRI
Pesquisa foi desenvolvida no programa San Tiago Dantas
A doutora Isabela Agostinelli dos Santos recebeu o Prêmio Professor Marcos Costa Lima de melhor tese de doutorado de Relações Internacionais, concedido pela Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). A pesquisa foi desenvolvida no PPGRI San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp, PUC-SP) e no Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais (GECI) da PUC-SP.
A doutora reitera que a experiência teve muitos desafios e o maior deles foi ter desenvolvido parte da pesquisa durante a pandemia. "No GECI contei com críticas, sugestões e ensinamentos dos membros do grupo, tanto os da graduação quanto os professores doutores. Nosso grupo tem um papel fundamental de produzir conhecimento sério, baseado em fatos e com abordagens teóricas que desafiam o mainstream e contestam as narrativas coloniais. Vale mencionar o peso simbólico de a ABRI ter premiado uma tese sobre o colonialismo e a violência israelenses na Faixa de Gaza no contexto de genocídio que desde 7 de outubro de 2023 testemunhamos ao vivo e que, infelizmente, não parece ter fim. A minha tese é sobre o que os palestinos de Gaza viviam antes do 7/10/23, que já era uma vida que, segundo eles, se assemelhava a uma 'morte lenta' ou 'morte em vida'. Daí o título, também inspirado pelo belíssimo e potente poema de João Cabral de Melo Neto, 'Morte e Vida Severina', encenado no TUCA em 1965", afirma.
Isabela comenta que a PUC-SP teve um papel muito importante em sua trajetória: "Foi aqui que passei os primeiros anos da vida adulta, que amadureci e aprendi a ser pesquisadora. O curso de Relações Internacionais da PUC-SP sempre foi um sonho para mim, e sou muito grata por nele ter conhecido meus melhores amigos, que levo para a vida, e os professores que me formaram enquanto internacionalista. A PUC-SP tem uma tradição de estimular o pensamento crítico e incentivar uma formação humanista, que combina a pesquisa científica e a teoria com a luta por mudança social. Minha pesquisa, de certa forma, tentou fazer essa ponte, ao buscar revelar para o público acadêmico brasileiro, que ainda carece de pesquisas sobre Palestina/Israel do ponto de vista do colonialismo, a realidade da dominação colonial de Israel na Faixa de Gaza", finaliza Isabela.