Jornalismo promove encontro com Heródoto Barbeiro e Nilo Frateschi Jr.
Profa. Misaki Tanaka foi responsável pelo evento que aconteceu no laboratório de vídeo
Atividade teve como tema principal “60 anos de resistências democráticas na PUC-SP”
Neste terceiro dia da Recepção 2024, 28/2, a PUC-SP recebeu dois nomes da TV brasileira: Chris Flores, jornalista e apresentadora e Fabio Assunção, ator e diretor para uma Roda de Conversa, no Tucarena. A atividade teve como tema central “60 anos de resistências democráticas na PUC-SP”.
Organizado pela Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias (Pro-CRC), o evento teve como objetivo relembrar as resistências exercidas e destacar as ações realizadas pela Universidade, especialmente a partir do golpe militar que marcou a vida da nação, em 1964, há 60 anos. A atividade também contou com a apresentação musical da banda Televisão de Cachorro e Gustavo Cintra. O grupo é formado por alunos do curso de Comunicação e Multimeios.
Durante o evento, os convidados deram seus depoimentos sobre o assunto, contaram o motivo de estarem estudando na PUC-SP e responderam as perguntas dos alunos e do público em geral.
A jornalista e apresentadora se formou em Jornalismo na PUC-SP em 1998, em História em 2023 e, atualmente, é mestranda em História na Universidade.
“Vir estudar aqui foi a possibilidade de exercer a democracia. Naquela época, foi uma escolha minha, e voltar anos depois também. Até pouco tempo atrás eu estava na TV aberta num programa de fofocas, e lá me vi tendo que explicar algumas coisas, num momento muito difícil para o nosso país e para todo mundo, que foi a pandemia, coisas como por que era importante tomar vacina, conversar sobre democracia, o que era racismo, machismo... coisas que para mim já estavam superadas e eram muito básicas.
Quando percebi que eu precisava usar aquele espaço para falar sobre essas coisas, me questionei sobre o que me dava autoridade para tocar nesses assuntos. Eu nem poderia falar sobre isso no ar, não era o objetivo do programa, mas decidi que era o momento e que se eu não me colocasse e dissesse de que lado eu estava, seria muito difícil.
Então, decidi que precisava voltar a estudar, voltar para a academia, para entender o que mudou de quando eu estudei até agora. Eu precisava de argumentos e de ouvir pessoas que estavam estudando e podiam me dar uma base. A escolha de estudar e voltar para a Universidade foi uma atitude totalmente democrática. A gente vive em uma democracia, a gente pode escolher, temos essa liberdade. Estar na PUC-SP, com o histórico dessa Universidade, é um ato de resistência.”
O ator e diretor teatral brasileiro está cursando Ciências Sociais na PUC-SP.
“Eu não sei qual será o resultado desses quatro anos que vou passar aqui dentro, mas algo vai se transformar em mim, digo não só pelo conhecimento, mas também por esse convívio. Estar aqui estudando vai me ajudar a fundamentar minhas ideias, que não seja só uma coisa intuitiva e artística, mas que tenha uma base teórica.
Quando falamos de resistência, vamos muito para o lado político. De fato, teve uma tentativa de golpe de estado no Brasil, poderíamos estar em um estado de exceção nesse momento e as primeiras coisas que caem são a arte, a ciência e a educação. Isso é muito grave, escapamos disso.”
Assista a seguir a íntegra do evento, no canal do YouTube da TVPUC, e veja também o álbum de fotos.