Terra em Transe - Violações e conflitos ecológicos no Brasil

25 de junho de 2020

A história do Brasil é marcada por violações e conflitos ecológicos e alguns acontecimentos recentes como o desmatamento da Amazônia, Mariana (2015), Barcarena (2018), Brumadinho (2019) e o vazamento de petróleo no litoral brasileiro (2019) nos dão a dimensão das expressões mais contemporâneas destes fenômenos. De acordo com a Global Witness, o Brasil lidera a lista de assassinatos de ativistas ambientais no mundo e a maioria das mortes está ligada ao agronegócio. Com o governo Bolsonaro e a atuação ministerial de Ricardo Salles, a situação tem se agravado. As queimadas na floresta amazônica em 2019 tiveram grande repercussão internacional e refletem para o mundo o atual conturbado clima político brasileiro marcado pelo ataque a organizações não governamentais, esvaziamento de iniciativas de cooperação internacional como o Fundo Amazônia, aparelhamento de instituições estatais como FUNAI e IBAMA, guerra contra os povos indígenas, desmonte da ciência brasileira e favorecimento de interesses privados liderados por importantes expoentes do agronegócio nacional em articulação com atores internacionais e corporações transnacionais. Além disso, territórios indígenas estão sendo cada vez mais ameaçados e invadidos por madeireiros e garimpeiros. Segundo dados da Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB), no primeiro semestre de 2019 foram 160 casos de invasão. Soma-se a esse cenário socioambiental catastrófico, o alastramento da Covid-19 em populações indígenas. Calcula-se até agora que são 93 povos infectados pela Covid-19, mais de 3.500 indivíduos indígenas com casos confirmados, e mais de 250 mortes. Na próxima edição do Terra em Transe contaremos com a presença de Felipe Milanez, doutor em Ecologia Política e Professor de Humanidades da Universidade Federal da Bahia (UFBA), para conversamos sobre o panorama socioambiental brasileiro atual, levando em conta o histórico das destruições ambientais, as recorrentes violações de direitos dos povos indígenas, camponeses, extrativistas e quilombolas e a (in)ação do estado brasileiro.

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