Após 25 anos, estudo de caso sobre progéria ainda é referência global

A síndrome tornou-se conhecida por meio do filme 'O Curioso Caso de Benjamin Button', com Brad Pitt, e é marcada por envelhecimento acelerado e morte prematura. O estudo, realizado na Faculdade de Medicina da PUC-SP, em Sorocaba, foi citado na revista Nature e publicado na Annales de Génétique

por Redação | 01/04/2024

Em 1999, um raríssimo caso de progéria foi identificado pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP, em Sorocaba. Giselle Helena de Paula Rodrigues, então aluna do sexto ano, iniciou um estudo dedicado à condição. Caracterizada pelo envelhecimento precoce do corpo humano, a progéria tem uma incidência estimada em um a cada oito milhões de nascimentos. Até o momento, foram registrados menos de 100 casos na literatura médica mundial.

Atualmente, Giselle é docente na FCMS, lecionando a disciplina de Clínica Médica para os alunos do quarto ano. Ela relembra: “Quando eu estava no sexto ano, meu interesse era pela Geriatria. Durante meu estágio de Pediatria, a doutora Izilda das Eiras Tâmega me apresentou anotações sobre um caso de envelhecimento precoce tratado no ambulatório da faculdade. Tratava-se da progéria, também conhecida como Síndrome de Hutchinson-Gilford”.

A busca por informações em uma época analógica

Giselle detalha que, com essas informações iniciais, buscou o prontuário da criança e realizou uma extensa pesquisa bibliográfica, numa época em que os registros não eram digitalizados, o que demandava um esforço considerável. Até então, apenas 70 casos eram conhecidos mundialmente, motivando-a a publicar seu próprio estudo.

A paciente faleceu aos 18 anos de idade, com aparência de 80

Para aprofundar sua pesquisa, Giselle uniu os conhecimentos de duas especialidades que, no caso, eram convergentes: a Pediatria e a Geriatria. Ela contou com o apoio do geriatra Vicente Spinola Dias Neto. “Ele me acompanhou até à casa da família da paciente. A jovem morreu com 18 anos de idade e aparência e alterações clínicas correspondentes a um idoso de 80 anos.”

Estudo passou a ser apresentado até no exterior

Após a conclusão do estudo, em 1999, Giselle não só apresentou seus achados em congressos nacionais, como também levou sua pesquisa para o cenário mundial. Como médica recém-formada, ela expandiu o alcance de seu trabalho, apresentando-o no IV Congresso Latino-Americano de Geriatria e Gerontologia (2003, Santiago, Chile), 17º Congresso Mundial da Associação Internacional de Gerontologia (2001, Vancouver, Canadá), The AGS/AFAR 2000 Annual Scientific Meeting (2000, Nashville, EUA), IX Simpósio de Geriatria e Gerontologia da Aeronáutica (2000, Rio de Janeiro, Brasil), 2º Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia (2001, São Paulo, Brasil) e no XVI Congresso da Sociedade Universitária Médica de Estímulo à Pesquisa (1999, Sorocaba, Brasil).

Revistas renomadas publicaram o estudo

O trabalho de Giselle foi compartilhado e citado em várias revistas, como, por exemplo, a Annales de Génétique, Pediatria Atual e Nature, uma das maiores publicações científicas do mundo.

Confira a repercussão na mídia:

Oeste Notícias                    Jornalista Inclusivo

G1.Globo                             Portal do Envelhecimento e Longeviver

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