Comunidade e Reitoria se reúnem para tratar da segurança no campus e no entorno

Participantes e gestores puderam refletir, trocar ideias e trazer sugestões sobre o tema

por Redação | 25/03/2022

Por: Cláudio Oliveira

 

A Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias (ProCRC) e a comunidade se reuniram, pela primeira vez em 2022, para tratar do tema da segurança no campus e no entorno.

Cerca de 180 pessoas participaram, dia 24/3, do encontro online coordenado pela profa. Mônica de Melo, pró-reitora de Cultura e Relações Comunitárias, e mediado pelo prof. Luiz Augusto de Paula Souza, o Tuto, assistente para assuntos de Comunicação da Reitoria.

A comunidade interagiu com perguntas e comentários pelo chat e também pelo microfone. Alguns dos assuntos pontuados foram o caráter comunitário da PUC-SP e sua histórica abertura para a cidade; controle de acesso e permanência nos campi; e contato com autoridades públicas para prevenção de ocorrências ligadas ao entorno.

 

Direito à segurança

Na abertura da reunião, o prof. Tuto destacou que segurança é, antes de mais nada, um direito de todas e todos. O docente ressaltou também a importância das vítimas notificarem aos órgãos competentes qualquer tipo de violência sofrida tanto no entorno, como dentro da Universidade. “É preciso lembrar que segurança pública é política de Estado. Infelizmente, nos últimos anos, vemos um aumento da violência urbana devido à crise econômica, social e até moral que o país enfrenta”, afirmou.

A pró-reitora ressaltou à comunidade o esforço que a PUC-SP vem fazendo para tentar mitigar o problema da segurança. “Houve conversas entre membros da gestão da Universidade e o Batalhão da PM do bairro e também com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Foi acordado, a partir destes encontros, que haverá um maior patrulhamento na região e uma viatura fixa na rua Ministro de Godoy, na direção da entrada do prédio novo”, relatou Mônica.

A docente também destacou a importância de que cada ocorrência seja notificada, para que se possa obter dados mais concretos que auxiliem na criação de estratégias eficientes de combate ao problema. Segundo a professora, há pouquíssimos registros de casos ocorridos. O canal adequado para registro e denúncia é a Ouvidoria, cujo link é www.pucsp.br/ouvidoria.

Além disso, Mônica falou sobre informações que circularam recentemente em grupos de whatsapp a respeito da presença de “adolescentes vendedores de balas” que estariam abordando alunos nas proximidades da Universidade “de maneira agressiva”. Ela afirmou que não houve nenhum registro oficial sobre tais casos.

 

Sugestões práticas

Além do contato com as autoridades públicas e das atitudes já tomadas, algumas outras sugestões práticas para mitigar o problema estão em discussão na ProCRC, segundo os gestores: reabertura do portão da rampa que sai na Monte Alegre (ele tem sido mantido fechado desde o retorno às aulas presenciais, como uma das medidas de biossegurança adotadas contra a Covid-19), para que os alunos acessem o ponto de ônibus da rua Cardoso de Almeida cruzando o estacionamento que liga as duas vias públicas; e solicitação ao poder público para melhoria na iluminação no entorno da Universidade, principalmente na rua João Ramalho.

Durante a reunião, alguns participantes também se manifestaram, pelo chat, a favor da contratação de segurança privada, incluindo seguranças armados, e da implantação de catracas e outros métodos para inibir o acesso de pessoas não autorizadas ao campus.

Para falar ao microfone, houve quatro estudantes de Direito inscritos e todos se mostraram contrários a estas práticas, apoiando a ideia de que a Universidade deve se manter aberta ao acesso de toda a sociedade. Segundo os estudantes, medidas como colocação de catracas representariam “não maior segurança, apenas segregação”.

Marco Aurélio (o sobrenome não foi registrado por ele ao microfone), mestrando em Direito, sugeriu que se ofereça às vítimas acolhimento jurídico, tanto com a criação de uma comissão voltada ao tema como por meio de parceria com o Escritório Modelo “Dom Paulo Evaristo Arns”, da Faculdade de Direito.

Andréa Campos, também estudante de Direito, apelou ainda ao bom senso da comunidade, ao lembrar que todos têm direito à presunção de inocência. Ela se referia a vídeos e fotos que circularam por grupos de whatsapp com imagens de adolescentes que, supostamente, estariam cometendo furtos e intimidando a comunidade no entorno da PUC-SP. “Expor menores de idade em contextos como os descritos aqui é crime”, lembrou a futura jurista.

 

Esforço conjunto de toda a sociedade

Ao encerrar o encontro, os representantes da Reitoria observaram a importância de seguir debatendo o tema com seriedade e de que todas e todos estejam comprometidos a colaborar com ideias e com o registro de ocorrências. “A PUC-SP não resolverá os problemas de segurança de seus alunos, professores e colaboradores, visitantes ou moradores do entorno. A solução cabe aos agentes responsáveis pela segurança pública. A Universidade não tem e jamais terá poder de polícia. É preciso entender que a nossa contribuição é, sobretudo, de caráter preventivo e de acolhimento. Vivemos um momento bastante difícil no país com aumento da pobreza e a diminuição de dignidade, principalmente entre os mais pobres. É preciso um esforço conjunto de toda a sociedade para mudarmos uma realidade tão dura”, afirmaram.

 

Nova reunião, com a participação da Polícia Militar

Uma nova reunião, ainda sem data marcada, deverá acontecer em breve. É esperada a participação de representante da Polícia Militar, que trará orientações sobre segurança preventiva para a comunidade.

 

 

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