Estudo inédito da PUC-SP abre caminho para tratamento de doença neurológica fatal na infância
Estudantes conquistaram o primeiro lugar no 19º Congresso Brasileiro de Neurologia...
Texto escrito pelo prof. Fernando Altemeyer (Ciência da Religião)
Ontem (09/11/2024) era um sábado frio e com uma constante garoa paulistana. Belo convite para ficar em casa. Entretanto, 785 jovens de todas as dez faculdades da PUC-SP, ou seja, quase dez por cento da Universidade, participou de evento das 9 às 12h30. Precisamos até ofertar dois auditórios conectados por telão para acompanhar os relatos e narrativas de gente que atua faz anos na solidariedade ativa junto aos invisíveis e aos últimos da cidade de São Paulo.
Todos os/as docentes da disciplina de Créditos estavam presentes. Gente da pró-reitoria de Cultura na sala. Também intérpretes de Libras. Alguns adultos no meio da imensa galera juvenil. Havia multidão da Faculdade de Direito, gente dos cursos da FEA, Jornalismo, Filosofia, Educação, Psicologia, Fisioterapia, Letras, CDIA, alunos do campus Marques de Paranaguá, do campus Ipiranga, Serviço Social, Ciências Sociais, História, RI. Ouvimos o atual Diretor da CARITAS, falar sobre refugiados e migrantes, ouvimos Coordenador da SÃO PAULO INVISIVEL expor sobre a vida e as lutas da população de rua, ouvimos e aprendemos de gente do SEFRAS - Serviço Franciscano de Solidariedade, ouvimos os alunos/as do curso de LETRAS, e ao final ouvimos impactados à candente e emocionante fala do padre Júlio Renato Lancelotti convocando a juventude puquiana à rebeldia, ao compromisso e à transformação efetiva (mais ação, pois as palavras estão ocas e vazias!).
Começando por ofertar água em uma torneira pública na Rua Ministro de Godói para os catadores e as pessoas de rua aqui do bairro das Perdizes, passando por apoio pessoal e ativo em horas extensionistas e solidárias nas entidades filantrópicas, completando com a EFETIVA ação anti sistêmica contra o neoliberalismo excludente. Nada de ações paliativas para manter a miséria domesticada, mas uma luta concreta que coloque as pessoas e os pobres no centro da ação como sujeitos de direitos.
Como disse padre Julio, comentando uma campanha de sua paróquia junto ao povo da Mooca, afixar nas portas e em botons no peito: "AQUI TEMOS CORAÇÃO". Foi tudo muito forte e lindo. Eu fiquei emocionado em vários momentos, primeiro vendo meus alunos e alunas, de Direito, da Filosofia, do curso de Inteligência Artificial, de Relações internacionais participando, com olhar pensativo e atento, depois ouvindo o depoimento dos palestrantes e, enfim, ver uma minha aluna chorando sua dor pessoal e sendo acolhida pelo ombro paternal de padre Júlio Renato em um seu desabafo por dores de seu viver. Apresentei padre Julio para todos e todas da garagem até o segundo andar e ele sempre carinhoso e atento a cada um e uma. Foi mesmo um SABADÃO pleno de utopias e afetos. Busquei e devolvi padre Julio em casa no Belenzinho. Fomos proseando histórias, memórias e esperanças de dois velhos.
Gratidão aos companheiros professores Eulálio Figueira, Rosana Manzini e padre Boris, nosso diretor da Faculdade de Teologia, anfitrião do evento, por coordenarem tamanha belezura feita a muitas mãos. Vimos um novo jeito de ser PUC-SP em formato de rede. Grato aos colegas todos/as de Créditos Teológicos que estiveram presentes ao evento. Grato aos funcionários do Audiovisual, agentes de área e à nossa porteira da Ministro que ajudou demais da conta. Muito bom e pleno sucesso, pois todos e todas ofertaram pequena e valiosa contribuição. Caleidoscópio de cores fizeram mosaico de amores. Nunca vi tantos/as jovens juntos/as pensando em mudar o mundo a partir de seus corações e mãos unidas. Uma aluna disse em público: "eu vou fazer algo!". Eu vi firmeza em sua fala. Placa tectônica move o planeta. Eppur si muove, disse Galileu. Começamos a mexer-nos.
Aqui está a semente de uma nova sociedade sem exclusões nem deportações nem discriminação. Semente de uma PUC-SP nova e transformadora. Este sábado 09 de novembro, dia de luta contra o fascismo e contra o antissemitismo, vai ficar na história da PUC-SP. Vivemos pequeno e emocionante “turning point”.