Ex-alunos do Direito são aprovados no concurso para diplomatas no Instituto Rio Branco

Bom resultado no exame habilita o candidato a ingressar no cargo de terceiro secretário

por Renata Nascimento | 25/05/2023

Homem branco com cabelos pretos, sorrindo, vestindo terno cinza, calça cinza, camisa branca e gravata vermelha. Ele está com as mãos nos bolsos da calça, parado em frente a um prédio com jardim e uma obra de arte vermelha.Os ex-alunos de Direito Flávio Guion e Giancarlo Guarnieri foram aprovados no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) em 2022. Os ex-discentes sonhavam com o título há cerca de dez anos – quando iniciaram a faculdade.

Após a aprovação no concurso, Flávio e Giancarlo foram automaticamente inscritos no Curso de Formação de Diplomatas (CFD) do Instituto Rio Branco (IRBr), a academia diplomática brasileira. Flávio destaca que o curso é um protocolo padrão. “Desde a aprovação no concurso, já somos diplomatas – entramos na carreira com o cargo de terceiro secretário. Todo diplomata brasileiro deve ser aprovado no CACD e sentar-se nos bancos no IRBr no início de sua carreira”, comenta.

Conforme definição do Ministério das Relações Exteriores, o diplomata tem o dever de representar o Brasil perante a comunidade de nações; participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do país. Assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade; proteger os interesses de seus compatriotas; e promover a cultura e os valores de nosso povo. Os pontos tratados na carreira diplomática – que devem ter como base de referência os interesses do Brasil – vão de paz, segurança, normas de comércio e relações econômicas e financeiras, até direitos humanos, meio ambiente, tráfico ilicito de drogas, fluxos migratórios, passando, naturalmente, por tudo que diga respeito ao fortalecimento dos laços de amizade e cooperação do Brasil com seus diversos parceiros externos. 

Trajetória acadêmica

Giancarlo Guarnieri afirma que desde os 13 anos pensava na carreira e, ao longo do tempo, se dedicou a estudar as línguas estrangeiras cobradas pelo concurso. O diplomata cursou Direito no período de 2010 a 2014. Durante a faculdade, estudou disciplinas de Direito Internacional Público e Privado com a profa. Clarisse Laupman, e de Arbitragem Internacional com o prof. Cláudio Finkelstein. “Eles foram essenciais para aprofundar o interesse em temas internacionais e forneceram uma base importante para o estudo de certos tópicos cobrados pelo concurso”, comenta.

Para o ex-discente, a PUC-SP desempenhou um papel significativo em sua trajetória acadêmica. “A Universidade proporcionou uma base sólida de conhecimento em diversas áreas. Além disso, tive a oportunidade de participar de atividades extracurriculares, como grupos de estudos e simulações de organismos internacionais, que aprimoraram minhas habilidades de negociação, comunicação e análise. Os professores qualificados e o ambiente acadêmico estimulante também contribuíram para meu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, a Universidade desempenhou um papel relevante ao me fornecer os recursos e o suporte necessários para me preparar para uma carreira como diplomata”, afirma.

Flávio Guion entrou na Faculdade de Direito em 2013, logo após ter concluído o Ensino Médio. Desde o início, deu ênfase aos estudos nos ramos do Direito Público. “Foi uma escolha baseada nas minhas preferências pessoais. Paralelamente, nunca deixei de ter contato com as línguas estrangeiras cobradas no concurso (inglês, francês e espanhol)”, afirma o ex-discente.

Flávio também reitera que o intercâmbio em Paris, na Universidade de Sorbonne, em 2016, foi fundamental em sua trajetória acadêmica. “Mais do que uma chance de aprimorar meu francês ou de estudar coisas como Filosofia e Ciência Política, o intercâmbio foi minha primeira grande experiência internacional – algo que acaba sendo parte do dia a dia dos diplomatas”, comenta.

Após o intercâmbio, o diplomata focou seus estudos para a OAB e em pesquisas acadêmicas. “Nesse contexto, em co-autoria com as professoras Clarisse Laupman e Marina Faraco, de quem fui monitor, consegui até mesmo algumas publicações. Finalmente, graduei-me em julho de 2018, tirei um mês de férias e comecei a dedicar-me, de maneira exclusiva, ao CACD. Foram quase 4 anos de estudos, em tempo integral, até minha aprovação, em junho de 2022”, conclui.

A realização de um sonho

Passar no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata foi a realização de um sonho de muitos anos para Flávio, que decidiu ser diplomata no Ensino Médio quando participou de uma simulação da ONU. “Foi como um ‘amor à primeira vista’ pela carreira – que, até então, me era completamente desconhecida. Desde aquele momento, comecei a pesquisar sobre diplomacia e sobre qual era o caminho para tornar-se diplomata; assim fui balizando minhas escolhas sempre de olho no Itamaraty”.

O ex-aluno busca encontrar na diplomacia um ambiente que gira em torno da busca incansável de melhorias para a vida das pessoas. “Este será meu mote: servir às pessoas”. Ele afirma que o modo que vê o mundo deve-se à visão humanista da PUC-SP. “No que couber a mim, como diplomata, irei sempre agir com base nesses princípios humanistas que absorvi nas salas, nos corredores e, por que não, na Prainha da nossa querida Universidade”, finaliza.

Para Giancarlo, ter passado no CACD foi uma conquista indescritível. “Significou a prova de que todo o esforço, dedicação e perseverança valeram a pena, representando a realização de um sonho que parecia inalcançável”, comenta.

Ele também afirma que a aprovação significa estar preparado para contribuir significativamente para o país. “É a oportunidade de exercer um papel de relevância, de impactar vidas e fazer a diferença. É o reconhecimento de que o seu trabalho e o seu conhecimento têm valor e podem ser utilizados em prol do bem comum”, reitera Giancarlo.

Na carreira de diplomata do Ministério das Relações Exteriores, o ex-aluno espera encontrar uma jornada de oportunidades para construir um mundo melhor e mais justo. “Como diplomata, almejo ser um agente de mudança, promovendo a paz, a cooperação internacional e o respeito mútuo entre as nações. Acredito que a diplomacia é uma ferramenta poderosa para resolver conflitos, reduzir desigualdades e fomentar o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. Por meio do diálogo e da negociação, podemos estabelecer pontes entre culturas, superar barreiras e buscar soluções compartilhadas para os desafios globais atuais”, finaliza.

 

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