Nota de repúdio da PUC-SP sobre homenagem ao militar que comandou a invasão da Universidade e perseguiu estudantes na ditadura

Governo do Estado promulgou hoje (28/6) lei que prevê incluir o nome do ex-deputado Erasmo Dias em trecho de uma rodovia em Paraguaçu Paulista

por Redação | 28/06/2023

A ditadura brasileira iniciada em 1964, e que durou até 1985, mergulhou o país em longo período de arbítrio e de retrocessos econômicos, políticos, sociais e culturais. Reacionarismo e violência foram suas práticas e seu legado. Até hoje o país não acertou as contas com esse passado execrável, ao contrário, o Brasil ainda convive com efeitos nefastos da ditadura no interior da estrutura do Estado e de suas instituições, e na mentalidade de parte de sua população.

O reaquecimento da extrema direita brasileira, apoiado também na memória, em condutas e valores antidemocráticos e anticivilizatórios da ditadura, abriu espaços para celebrar torturadores e outros criminosos do regime militar, para fazer escárnio dos mortos e desaparecidos políticos, para relativizar e, às vezes, golpear a democracia brasileira, que foi duramente conquistada e ainda é carente de muitos aperfeiçoamentos.

A PUC-SP foi vítima direta da violência de Estado na ditadura, de sua truculência e ilegitimidade. O coronel Erasmo Dias comandou a violação em 22 de setembro de 1977. A cada ano lembramos a data para repudiar o arbítrio e o obscurantismo, um gesto cidadão e de formação de nossos estudantes para que a memória nos ajude a evitar que acontecimentos como aquele se repitam: ditadura nunca mais!

O projeto de lei em homenagem a Erasmo Dias, promulgado em 28/06/2023 pelo governador de São Paulo, Sr. Tarcísio de Freitas, além de mais um efeito da herança ditatorial, é um acinte e um desrespeito, não apenas à PUC-SP, principalmente à democracia e à cidadania brasileiras

Reitoria da PUC-SP

Confira a repercussão na imprensa:

UOL

Estadão Online

O Globo

TV Globo

Folha de S.Paulo

G1

Correio do Povo - Porto Alegre

Revista ISTOÉ - Online

Artigo do prof. Pedro Serrano na Carta Capital

 

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