Pesquisa inédita da PUC-SP revela limites da inteligência artificial
Texto desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Linguística de Corpus (GELC)
Um estudo inovador conduzido pelo Prof. Dr. Tony Berber Sardinha, do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL), foi recentemente publicado na prestigiosa revista internacional Applied Corpus Linguistics, da editora Elsevier (clique aqui para ler). A pesquisa pioneira focou na análise comparativa da linguagem utilizada em chats de inteligência artificial, particularmente o ChatGPT, em comparação com textos escritos por humanos.
Utilizando um corpus diversificado, que inclui textos humanos em várias situações e um corpus correspondente gerado pelo ChatGPT, ambos em inglês, a pesquisa empregou uma metodologia computacional. A pesquisa analisou cada texto com base em parâmetros gramaticais da língua inglesa, revelando como a Inteligência Artificial cria textos.
Os textos analisados refletem cinco registros (tipos) textuais distintos: artigos científicos de química, de linguística aplicada, redações escolares, notícias e conversas informais. Esses registros foram escolhidos por representarem áreas onde a inteligência artificial é frequentemente empregada.
A pesquisa indicou que, sem considerar os registros textuais específicos, é muito difícil discernir estatisticamente os textos humanos dos gerados por IA. No entanto, ao levar em conta as particularidades de cada registro, foi possível detectar os textos de IA com até 92% de precisão, baseando-se em sua estrutura gramatical.
Este estudo ressalta que, embora haja relatos na imprensa sobre a capacidade da IA de se fazer passar por humana, criando textos indistinguíveis, a aplicação de métodos linguísticos sofisticados permite uma detecção eficaz e precisa.
O autor do estudo enfatiza que a inteligência artificial ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se tornar um substituto viável para a produção textual humana.
Embora o estudo mostre os limites do estado atual da IA, o autor destaca o potencial da IA como um assistente de redação e uma ferramenta de inteligência aumentada, contrapondo-se a reportagens que mostram essa tecnologia como perniciosa.