Estudante de Jornalismo da PUC-SP vence concurso da Revista Piauí
Artur Maciel Rodrigues concorreu com outros 451 estudantes de jornalismo de todo Brasil
Após uma jornada de meio século na PUC-SP, o professor-doutor Carlos Alberto Emilio Leopoldo Lazar está se aposentando. Especializado em Pediatria e Infectologia, Lazar começou a lecionar na Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP em 1973, dedicando-se às disciplinas de Moléstias Infecciosas e Pediatria.
Carlos Lazar formou-se pela PUC-SP e, após cinco décadas dedicadas à instituição, ele encerra uma etapa fundamental de sua vida. "Sinto-me bem; já são 50 anos na faculdade. Cheguei a um ponto em que tenho que parar", reflete o professor.
Lecionar por tanto tempo trouxe a Lazar uma "sensação maravilhosa", como ele mesmo descreve. O contato com os alunos e a necessidade constante de estudo foram pontos que marcaram sua carreira. A relação com os estudantes, a participação em eventos como o Showmed e as diversas homenagens recebidas marcaram seus anos de docência.
Lazar testemunhou uma significativa evolução nos métodos de ensino. Inicialmente cético em relação à mudança para o PBL (Problem-Based Learning) e a implementação de tutorias, ele logo percebeu os benefícios desta abordagem. "O curso PBL é muito bom, excelente", afirma. As tutorias e o contato mais próximo com os alunos, por meio de grupos pequenos, são, para ele, características positivas dessa mudança.
A aposentadoria traz consigo uma mistura de sentimentos. "Vou sentir saudade de tudo o que passei pela faculdade", diz Lazar, acrescentando que encontrou “uma definição boa para saudade: é o amor que fica".
Um dos momentos mais marcantes para o professor foi a formatura de seu próprio filho como médico na PUC-SP. Mas, além das lembranças, Lazar deixa um legado de crescimento humano e compreensão das dificuldades enfrentadas pelos alunos na trajetória para se tornarem médicos.
Lazar deixa uma mensagem poderosa para a próxima geração de médicos: "Não deve existir um médico, deve existir o médico". Para ele, o médico deve defender todas as condições éticas, morais e profissionais dentro da profissão, sendo este o apanágio de cada profissional.
Comentando sobre a trajetória de Lazar, o médico infectologista Fernando José Goes Ruiz, mestre em Ciências da Saúde e professor da FCMS, declara: "Tive a honra, o privilégio e a alegria de tê-lo, inicialmente, como professor e, depois, como colega de magistério na cadeira de Moléstias Infecciosas. O exemplo de postura médica e ética no ensino além dos conceitos básicos da especialidade – nenhum estudante se esquecerá das famosas gotículas de Pflugger – são legados profundamente valiosos na formação dos seus mais de cinco mil alunos”. Ele prossegue: “Sempre me lembrarei da cordialidade e serenidade que ele me transmitiu depois que retornei a Sorocaba e passei a fazer parte da disciplina de Moléstias Infecciosas – na época, muito imaturo. Externo a ele a mais profunda admiração e desejo muitas felicidades”. Ruiz pontua que “vai ficar a saudade do amigo conselheiro das horas de incertezas”.
A despedida de Carlos Lazar é mais do que o fim de um capítulo na PUC-SP; é a celebração de uma vida dedicada à educação e à Medicina, uma história inspiradora que ecoará nas paredes da faculdade e nas mentes dos alunos que tiveram o privilégio de aprender com ele.