PUC-SP na Mídia: Crimes de ex-presidente prescrevem em 2025, quando ele completa 70 anos?
Ex-presidente foi indiciado por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático...
Ausência de velórios e caixões lacrados impõem novas formas de encarar a morte, avaliam especialistas
*Veja a repercussão desta reportagem na mídia, ao fim do texto
Diante da pandemia do novo coronavírus, dezenas de famílias se viram obrigadas a passar pelo processo da morte de um ente querido à distância. Sem velórios ou com um número delimitado de pessoas e de tempo, com caixões lacrados,os enterros em tempos de COVID-19 exigiram mudanças como participação de parentes via chamada de vídeo, rituais religiosos pela internet ou mesmo cerimônias solitárias, que geram incerteza até mesmo sobre a pessoa de quem se despede, se era realmente o amigo ou familiar vítima da doença.
Psicologia
“Os rituais diante da morte são muito importantes, porque regularizam as experiências, fornecem um lugar seguro, desde um lugar físico, até um lugar afetivo importante para expressão das emoções, para que as pessoas possam enfrentar este momento juntas. Com a COVID-19 esses rituais, que tinham função apaziguadora, organizadora, não estão acontecendo, e isso representa um risco para o luto complicado após a morte, porque não foram feitas as despedidas” afirma a professora Maria Helena Pereira Franco, coordenadora do Laboratório de Estudos e Intervenções sobre Luto da PUC-SP.
A docente prevê um tempo bastante difícil no que diz respeito à saúde mental e o luto. “As pessoas que apresentam um luto complicado vão ter algumas demandas que precisarão ser atendidas, como por exemplo, buscarão mais os serviços de saúde, pois ficarão mais atentas a algum sintoma, terão mudanças no sistema imunológico, ficando mais suscetíveis a adoecer. Haverá impacto também no âmbito social, na relação com grupos maiores, nas relações familiares. Inclusive, por não terem a oportunidade de se despedir, podem ficar com a expectativa de que aquela morte não aconteceu, porque não tiveram a concretude da morte que os rituais proporcionam”, explica. “É importante pensar alternativas, uma adaptação a esta falta, justamente porque é importante que seja feito, como uma reunião online com amigos e familiares da pessoa falecida”.
Religiosidade
Do ponto de vista religioso, o contato físico diante da morte é também uma forma de prestar solidariedade e acolhimento, afirma o professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, padre Sérgio Lucas.
“A perda de um ente querido é sempre uma experiência de dor, mesmo quando se dá ao final de um longo processo de adoecimento. Para lidar com esse evento, muitas pessoas recorrem às práticas religiosas, que podem oferecer significativa ajuda, mas com o distanciamento social provocado pela COVID-19 refletimos sobre a possibilidade de realizar os rituais religiosos fúnebres de outras formas. Tal situação leva-nos a vários questionamentos: “Como despedir-se de uma pessoa querida que acaba de morrer, sem poder tocá-la ou sequer olhar uma última vez para o seu rosto?”, “Como vivenciar essa experiência sem um caloroso abraço?”, “Como não realizar o ritual religioso de despedida, quando esse ato simboliza a entrega a Deus, por meio das orações e pode consolar e fortalecer os que ficam? “Onde fica a dignidade humana no morrer, quando a impressão pode ser apenas de que a pessoa foi arrancada abruptamente da nossa convivência, sem dizer ‘adeus’?”, ressalta o professor.
Repercussão na mídia
Mais de 70 veículos de imprensa de todas as regiões do país publicaram a reportagem acima, enviada como sugestão de pauta pela equipe de Assessoria de Comunicação Institucional da PUC-SP (ACI). Veja abaixo o link em alguns dos veículos de alcance nacional:
UOL
Agência Brasil
Istoé Dinheiro
Istoé
BOL