O Eye-Tracking, útil aos negócios e às terapias, estará no iPhone

Reportagem escrita pelo professor Prof. Antônio Marchionni e pelo aluno Luiz Carlos Zeferino

por Redação | 06/06/2018

Texto de Luiz Carlos Zeferino e Prof. Antônio Marchionni

Na segunda-feira 28.05.2018 aconteceu, no Campus Marquês da PUC-SP, o workshop “O que os olhos veem?”. O evento foi idealizado pelo aluno de Iniciação Científica Luiz Carlos Zeferino, Curso de Propaganda, como trabalho prático na pesquisa “As técnicas de Eye-Tracking na criação e na recepção da comunicação visual em geral e, em particular, na comunicação visual religiosa”. O workshop contou com o apoio decisivo do Diretor do Campus, Prof. Dr. Daniel Gatti, e do Orientador do aluno, Prof. Antonio Marchionni. A atração se deu por conta de dez palestrantes especialistas em Comunicação Social e se deu, sobretudo, pela Oficina de Funcionamento do Eye Tracking.

O Eye Tracking consiste em câmeras de precisão conexas ao computador, as quais registram e medem os comportamentos dos olhos ao ler um texto, observar uma imagem, reagir numa sessão de terapia, dizer uma mentira, andar pelos andaimes de uma construção, realizar qualquer tarefa. Em sua pesquisa de iniciação científica o aluno Zeferino busca refletir sobre a leitura das artes visuais sacras e quer concluir se o comportamento dos olhos do observador acontece conforme as regras estabelecidas do design e conforme as expectativas dos autores das imagens. Para essas averiguações o apoio veio das empresas Edge Group, representante da sueca Tobii, e a israelense Feng Gui, as quais ofereceram em hardware e em software o acesso aos rastreadores oculares. Os aparelhos permanecerão por um tempo no Campus da Marquês, à disposição de quem quiser conhecê-los e utilizá-los.

Por se tratar de uma ferramenta multidisciplinar, o evento contou com a presença de profissionais diversos. Pela manhã, a psicóloga junguiana Irene Gaeta falou sobre “Compreensão simbólica do desenho”: a partir do Livro Vermelho de Jung e de caso concreto mostrou como as imagens traduzem sentimentos e sensações. O prof. Souvenir Zalla, CEO da Edge Group e representante nacional da Tobii, desenhou a história e o futuro nas pesquisas com eye tracking, em campo internacional e brasileiro. Ele destacou as modernas aplicações que, em parceria com a Edge, estão sendo estudadas num grupo seleto de universidades brasileiras. Ele também anunciou que em breve cada celular fará eye-tracking e lerá olhos e sensações do usuário.

De tarde ocorreu uma mesa redonda polivalente. Iniciou-se com o doutorando Marcos Vinícius, da Unifesp, que ilustrou experiências práticas com eye tracking, realizadas no Canadá no campo da psicobiologia, particularmente na remoção de memória prejudicial. Continuou-se com as implicações legais do avanço tecnológico por obra do professor Vitor Andrade, coordenador do curso de Direito e advogado no CONAR. Discutiu-se de perspectivas tecnológicas na fala do professor David Lemes, assessor da Reitoria. Refletiu-se sobre os processos cognitivos e coletivos na fala do professor Claudir Segura. Andou-se pelos caminhos da ética teológica nas considerações do professor A. Marchionni. A seguir, a palestra do professor Claudir Segura ilustrou o “consumo de experiência e não de produtos” em UX.

À noite, o engenheiro Bruno Agostinho, da Edge Group, mostrou aplicações  concretíssimas do eye tracking, incluindo a condução de carro na Fórmula1 e a segurança no trabalho. Continuou-se com a palestra do professor orientador Marchionni sobre “A teologia das Imagens”, desde a primeira “imagem de Deus”, que é o homem, até a veneração (não adoração) das imagens, aprovada e fomentada pelo Segundo Concílio de Nicéia no ano de 878. O Workshop encerrou-se com a inspiradora palestra da professora Lucia Santaella, que, em texto inédito e recém escrito, abordou o processo criativo e semiótico do design.

 

Assim, os presentes, além de se submeterem individualmente a uma sessão de eye-tracking, sentiram o privilégio de conhecer as utilidades dessa técnica em múltiplos campos: medicina, educação, aprendizagem, psicologia, marketing e publicidade, artes, negócios, mentira e verdade, evolução humana.

 

 

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