Ciências Sociais: curso recebe premiada diretora de cinema
Evento online e aberto ao público em geral, com Maya Da-Rin, diretora do filme "A Febre" (2019)
Dia 15/4, às 18h, o curso de Ciências Sociais promove conversa, com Maya Da-Rin, diretora do filme A Febre (2019). O evento é aberto ao público em geral e será transmitido pela TV PUC (youtube.com/tvpuc e facebook.com/tvpucsp).
Quem quiser assistir ao filme antes da conversa com Maya pode acessá-lo nas seguintes plataformas de streaming: Netflix, Vivo Play, Youtube, Google Play, Apple TV e iTunes, entre outras.
Maya é cineasta e artista visual, graduada pelo Le Fresnoy, com mestrado em Cinema e História da Arte na Sorbonne Nouvelle, e cursou oficinas na Escola de Cinema e TV de Cuba. Participou de residências no Centro de Arte LOBoral (Espanha), na Cinéfondation (Festival de Cannes), e no TorinoFilmeLab (Festival de Torino). Seus trabalhos foram exibidos em festivais como Locarno, Toronto, Rotterdam, e em museus e centros de arte como MoMA e New Museum.
A Febre é seu primeiro longa de ficção como diretora e teve sua estreia mundial na competição internacional do Festival de Locarno, onde ganhou o Leopardo de Ouro de Melhor Ator, além do prêmio da crítica internacional FIPRESCI e do prêmio do especial do júri “Enviroment is quality of life”. Até o momento, “A Febre” já foi exibido em mais de 60 festivais internacionais e ganhou 30 prêmios, incluindo Melhor Filme nos festivais de Brasília, Biarritz, Pingyao, Indie Lisboa e Mar del Plata, e Melhor direção em Chicago e Rio.
Sobre o filme
A obra trata de Justino, um indígena Desana de 45 anos, que é vigilante do porto de cargas de Manaus. Enquanto sua filha se prepara para estudar medicina em Brasília, ele é tomado por uma febre misteriosa que o leva de volta a sua aldeia, de onde partiu vinte anos atrás.
A diretora conta que a ideia inicial para o projeto surgiu durante as filmagens de dois documentários que realizou na Amazônia, quando conheceu algumas famílias indígenas que haviam deixado suas aldeias na floresta para se estabelecerem nas cidades. “Me vi também confrontada com uma nova geração de indígenas urbanos, que carregam sua tradição enquanto lutam por um espaço na sociedade brasileira. As histórias que eles me contaram revelavam a complexa e tensa relação entre as sociedades indígenas e ocidentais, que marca a história do Brasil desde os tempos da colonização. Motivada por esses encontros, comecei a tomar as primeiras notas para um filme centrado na relação entre duas gerações, um pai e uma filha que vivem em Manaus”, afirma Maya.
Visibilidade ao tema
Segundo a profa. Monica Carvalho, organizadora do evento, o objetivo é dar visibilidade ao tema e trazâ-lo ao debate, a partir das reflexões levantadas pelo filme A Febre.
“As populações indígenas e suas terras sempre foram objeto de disputa no Brasil. Atualmente, tem sofrido diversos ataques, seja de grileiros, mineradoras, madeireiras, proprietários em busca de expandir suas áreas de pastagem etc. Poucos sabemos sobre os impactos decorrentes dessas invasões. O filme trata exatamente de um desses efeitos: a expulsão da população indígena para as cidades e o desenraizamento provocado por esse processo de migração forçada. Por meio do filme, o objetivo é dar visibilidade a esse drama contemporâneo, embora não só, pois que se arrasta por séculos no Brasil, com pequenas conquistas negadas a cada mudança de governo, como o que se observa atualmente”, afirma a docente.