PUC-SP sedia encontro de reitores de universidades comunitárias promovido pela ABRUC
A reitora Maria Amalia Andery recebeu o prêmio Mérito Educação Comunitária pela sua...
*Por Marcelo Augusto Vieira Graglia
A 4ª Revolução Tecnológica traz características determinantes que a diferenciam estruturalmente das anteriores. A velocidade com a qual a transformação está ocorrendo, a acelerada escalabilidade das novas tecnologias, a quantidade de tecnologias disruptivas surgindo, o potencial massivo de substituição do trabalho humano, os níveis impeditivos de qualificação exigidos para os trabalhadores - que privilegia algumas ocupações à medida que exclui outras - são algumas das diferenças em relação ao passado que afetarão dramaticamente a estrutura do mercado de trabalho e as condições socioeconômicas.
Imaginar as perspectivas do futuro do trabalho sem considerar estas diferenças, seria um equívoco. Há o risco de um desequilíbrio na geração de postos de trabalho em termos das funções de maior e menor qualificação, sendo a segunda categoria impactada desde o início do processo. Após 2030, aproximadamente, deve se iniciar também o declínio de parte da força de trabalho mais qualificada necessária para operação de empresas e organizações. A nova onda de inovação pode ser particularmente crítica por combinar precarização e diminuição dos postos de trabalho numa sociedade cuja transformação para um novo modelo de geração de renda e modo de vida ainda não se deu. A riqueza que será gerada pelos ganhos de produtividade, viabilizados pelas novas tecnologias, pode ser captada de forma concentrada por alguns poucos países, corporações e indivíduos, acentuando as condições de desigualdade.
Um dos pontos críticos na discussão sobre a expansão do uso das novas tecnologias em suas diversas aplicações pelos indivíduos e organizações é a urgência de uma profunda reestruturação das políticas públicas, estruturas e mecanismos de proteção social, de estímulo a geração de trabalho e renda e dos sistemas educacionais, para suportar as transformações que já estão ocorrendo e que, em poucos anos, atingirão novos patamares de complexidade e potência. Tal reestruturação depende, ainda, de um excepcional esforço colaborativo e de enorme capacidade de articulação política para envolver inúmeros atores, em muitos casos, com interesses distintos e contraditórios. Mesmo países estruturalmente bem preparados e organizados para o enfrentamento desta transformação dependem de uma combinação de fatores complexos para obter sucesso. Se os sistemas socioeconômicos não se adequarem a um cenário de aceleração tecnológica, integração e globalização digitalizada, então boa parte da massa mundial de trabalhadores pode estar desempregada até 2050.
Clique aqui e leia o artigo "A sexta onda de inovação: inteligência artificial e os impactos no emprego", de autoria dos professores Marcelo Augusto Vieira Graglia e Patricia Giannoccaro Von Huelsen (FEA).