Pós em Literatura e Crítica Literária: conheça a Plataforma Ciência Aberta

Portal reúne produtos de pesquisas, materiais de estudo, didáticos e artísticos em diversos formatos, como textos, áudios, imagens e vídeos

por Thaís Polato | 19/04/2023

Ofertar disciplinas “portas abertas” integrando pesquisadores e docentes, usar metodologias ativas e tecnologias em sala de aula e, ainda, conquistar resultados com impacto positivo e concreto na sociedade por meio de produtos propostos, elaborados e realizados por alunos. Com esses objetivos, o Pós em Literatura e Crítica Literária (LCL) oferece, desde 2022, a Plataforma Ciência Aberta. Clique aqui para conhecer.

O portal reúne produtos de pesquisas finalizadas ou em desenvolvimento, materiais de estudo, didáticos e artísticos, do Pós em LCL, em diversos formatos, como textos, áudios, imagens e vídeos. Tudo dentro do conceito de Ciência Aberta, que prevê livre acesso do conteúdo à comunidade científica e à sociedade em geral.

A plataforma é produzida por docentes e alunos-pesquisadores do Programa e tem como público alvo, principalmente, professores da rede pública de ensino.

“Levar o conhecimento para além dos muros da Universidade sempre foi uma meta da gestão que venho realizando neste Programa, pois acredito que o conhecimento só faz sentido se estiver a serviço do social. Temos conseguido alcançar esse objetivo por meio da construção da Plataforma de Ciência Aberta. Ela trouxe, dentre outros ganhos, a possibilidade de oferecer conteúdos literários de qualidade, de forma acessível, a um público especialista e também não especialista, possibilitou a oportunidade de tornar visível e ampliar as discussões realizadas nas disciplinas, não as limitando ao espaço da sala de aula, e permitiu que os alunos reconheçam seu papel de protagonismo na construção do conhecimento”, afirma a profa. Diana Navas, coordenadora do Pós em LCL.

Ela e a profa. Elizabeth Cardoso, vice-coordenadora do Programa, foram as criadoras da proposta da Plataforma, no início de 2022. Os profs. Maurício Pedro da Silva e Fábio Roberto Lucas se juntaram a elas no semestre seguinte.

“O contexto do repositório envolve uma demanda da Reitoria por projetos de articulação de contextos curriculares e também a vontade de dar continuidade a um aspecto que havia sido imposto inicialmente pela pandemia, que foi o uso da tecnologia em sala de aula”, afirma a profa. Elizabeth. Segundo a docente, a ideia desde o início era “sair da caixinha”, renovar métodos de aprendizado na pós-graduação, colocar alunos e professores para fazerem, efetivamente, projetos conjuntos mesmo estando em disciplinas diferentes, realizar atividades extra sala de aula e, acima de tudo, achar meios de devolver à sociedade o conhecimento produzido na academia.

“Nossa intenção é romper muros, transpor limites. Isso tudo é um desafio, exige a ativação de novos conhecimentos e experiências, mas também é delicioso porque o magistério é uma carreira que possibilita desenvolvimento constante. Ao mesmo tempo que o docente compartilha seu conhecimento e sua experiência, também recebe conhecimento e experiência de quem está ao seu lado. Essa ideia nos move muito na Plataforma Ciência Aberta. Ainda mais, podendo colaborar com a comunidade de forma efetiva e também aprendendo com ela. Nunca é uma via de mão única, o que é muito enriquecedor”, ressalta a professora.

Desde o segundo semestre de 2022, o repositório conta com o apoio financeiro do Plano de Incentivo à Pesquisa Aplicada à Docência (PIPAD/PUC-SP). Até hoje, além dos quatro docentes, já envolveu mais de uma centena de alunos-pesquisadores do Pós em LCL.

“O trabalho efetivamente colaborativo é ingrediente essencial para o sucesso na construção da Plataforma. A possibilidade de articular os conhecimentos adquiridos nas disciplinas permite não apenas uma maior integração entre os alunos – que não se sentem sozinhos no processo de desenvolvimento da pesquisa científica – como também entre os professores, visto que as ementas e propósitos das disciplinas passam a ser construídos também de forma mais articulada. Além disso, sinto que as relações hierárquicas desaparecem nesse processo, no sentido de que professores e alunos são colocados como pesquisadores que, juntos, buscam solucionar problemas e oferecer contribuições ao social”, conclui a profa. Diana.

 

 

Leia a seguir o depoimento de dois alunos-pesquisadores
que participam da plataforma Ciência Aberta

 

Ademir Godoy Bueno
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária
Integra a plataforma na área de “Interartes”

Falou sobre uma das experiências realizadas pelo Interartes, na escola estadual Álvaro Fraga Moreira, localizada em Jaú, interior de São Paulo, no segundo semestre de 2022:

Nossa proposta com o projeto é quebrar o distanciamento entre as pesquisas acadêmicas e o que acontece nas escolas, principalmente no campo das “interartes”. Desde o início, quisemos levar novos olhares sobre a literatura e suas possíveis interlocuções com a fotografia, o cinema e o teatro. Para nós isso tudo é algo tão presente, mas nas escolas periféricas, públicas principalmente, se percebe o quanto os alunos estão distanciados desse tipo de relação.

Foi uma experiência inovadora, enriquecedora e gratificante, tanto para nós como pesquisadores quanto para quem recebeu a atividade, que incluiu palestra, apresentação teatral e oficina de artes. Estamos tão acostumados a falar do poder da literatura, mas quando se fala disso em uma escola parece sempre ser algo ainda novo para os alunos em geral. Iniciativas como essa fazem toda a diferença e mostram para as crianças e os jovens que a literatura não é importante só para o meio acadêmico, não é importante só para entrar numa faculdade. Literatura é importante para a própria vida.

Foi uma atividade muito reveladora. Fiquei impactado com os depoimentos de alguns alunos que demonstraram como a gente pode fazer toda a diferença por meio do texto literário. Saio muito satisfeito da experiência e de saber que ela está lá, disponível a todos, na plataforma do Ciência Aberta.

 

Náira Araújo Vieira
Mestranda no programa de Pós-graduação em Literatura e Crítica Literária na PUC-SP
Integra a plataforma na área de “Questões Étnico-racial e de Gênero”

Desde 2022, participo do projeto "Ciência Aberta", primeiro com crianças e adolescentes, depois com questões étnico-raciais e de gênero. Nosso público alvo são os professores da escola básica (Fundamental Anos Finais e Ensino Médio) e, em ambas as experiências, o desafio foi “como trazer conteúdos, referências, reflexões de excelência para esses educadores?”

Muitos de nós, estudantes da Pós, somos professores e o tempo é um aspecto muito valioso. Pensamos, então, em algum material que facilite o acesso aos conteúdos, principalmente aos acadêmicos, o que traz um imenso desafio associado: o de não diminuir a qualidade dos materiais e não simplificar suas necessárias complexidades, uma vez que as questões que trabalhamos são de imensa urgência.

Ao longo dos três semestres, fizemos atividades em escolas, produzimos podcast, vídeos, slides narrados, peças teatrais, artigos científicos de diversos temas, pensando a partir do texto literário, da teoria literária e da crítica literária, além de oferecer uma "infinita" bibliografia. Assim, desejamos que nosso público alvo conheça, desenvolva, adapte e/ou acrescente novas pautas e ferramentas para serem utilizadas em sala de aula, e, por meio dos "produtos" que montamos, cada educador pode se aprofundar nas nossas referências bibliográficas ou encontrar outros caminhos que façam mais sentido.

O objetivo é esse: fazer com que a academia saia do mundo utópico e veja, participe, na prática, com toda teoria e sabedoria que possui. Deve ser um trabalho em espiralar e urgente! O provérbio iorubá já afirma: "Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje".  "É Tudo Pra Ontem" (Emicida) e deve ser feito agora!

 

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