Aluna contratada por multinacional em programa de trainee para negros é destaque na imprensa
Estudante do curso de Economia, Juliana Gomes é bolsista Prouni integral
A aluna do curso de Economia Juliana Gomes considera um marco ter sido contratada no programa de trainee exclusivo para negros da multinacional Bayer. A estudante foi destaque em reportagem do jornal Valor Econômico sobre um aumento de 118% nas contratações de negros nos programas de estágio, trainee e de jovens executivos entre janeiro e dezembro de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, segundo levantamento da Cia de Talentos.
Bolsista Prouni integral (100%), ela concorreu a uma vaga com outros 24 mil inscritos e foi uma das 16 mulheres aprovadas - ao todo, a Bayer contratou 19 pessoas com idade entre 22 e 30 anos. “Esse programa é um marco, pois sabemos que os programas de trainee limitam e muito a entrada de diferentes pessoas em espaços como esse, e ter um projeto intencional para formação de lideranças negras em uma multinacional é uma ato de transformação. O caminho é longo, mas a pequenos passos vamos chegando lá! Extremamente gratificante fazer parte dessa história e inspirar outras pessoas”, afirma Juliana.
A aluna, que está no último semestre do curso de Economia, destaca a importância da PUC-SP em sua trajetória profissional. “Sem dúvida alguma, a Universidade é uma porta de entrada muito importante e que me levou a outras inúmeras oportunidades. Além de construir e desenvolver as competências mais técnicas, me auxiliou no meu pensamento mais crítico e na vontade de transformar e mudar o que vemos hoje em diferentes contextos, além de criar vínculos acadêmicos super relevantes para a temática racial e criação de espaços de discussão. Sou profundamente grata à professora Cida Rago, por sempre abrir espaço para a pauta nas semanas de Economia, à professora Myrt Cruz, por ser minha orientadora na Iniciação Científica e uma fonte de inspiração, além do professor Antonio Carlos Alves, meu orientador na monografia, sempre aberto a pautas como essa, com olhar crítico e muita seriedade”.
Juliana afirma que já sofreu preconceito por ser negra em diferentes ambientes e comemora o fato de multinacionais como a Bayer se empenharem para promover programas de contratação de profissionais negros. “O racismo que sofro é totalmente diferente de uma pessoa negra de pele retinta, mas obviamente ele está presente em diferentes espaços que ocupamos, seja por uma "fala/piadinha', assim como por palavras e ações intencionais. Inclusão e diversidade são um compromisso de todes e quando digo todes extrapola as grades do público e privado. Iniciativas inclusivas são necessárias para auxiliar no processo de inúmeras exclusões sociais, de diferentes grupos, que se tornam minorizados dentro de alguns espaços. Não é o fim e sim o meio para incluir: desenvolver e criar oportunidades para transformar o que conhecemos e vivemos hoje”.