Jornal da PUC-SP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em julho passado, durante encontro do G20, no Rio de Janeiro, que o combate à fome é uma escolha política dos governantes. “A fome não resulta apenas de fatores externos, ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas. Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficientes para erradicá-la. O que falta é criar condições de acesso aos alimentos”, disse. 

Na ocasião, a presidência brasileira no G20, lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa para combater a insegurança alimentar. "Nunca, tantos tiveram tão pouco, e tão poucos concentraram tantas riquezas. Nada é tão absurdo e inaceitável quanto a persistência da fome e da pobreza, quando temos à disposição tanta abundância. Esta é uma constatação que pesa na nossa consciência. Nenhum tema é mais desafiador e atual para a humanidade", enfatizou Lula.

A PUC-SP sempre ligada aos temas atuais e que desafiam a sociedade trouxe para o último encontro da série Brasil em Curso II, o tema Desigualdade Social e Segurança Alimentar no Brasil: nossos grandes enfrentamentos. E para discutir essas questões estiveram presentes a reitora Maria Amalia Andery, as profas. Aldaiza Sposati (Serviço Social), Marta Teresa da Silva Arretche (Ciência Política/USP), além da diretora de Apoio à Aquisição e à Comercialização da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Islandia Bezerra.

Do ponto de vista do Ministério, Islândia explicou os caminhos e políticas socias que estão sendo pensadas e implementadas a fim de combater a fome no Brasil. “Temos constitucionalmente o alimento como um direito, está no artigo 6º da Constituição. Amanhã (16/10), acontece o lançamento do 1º Plano Nacional de Abastecimento Alimentar, que tem como objetivo o enfrentamento à fome.”.

Dando continuidade à atividade, a profa. Marta apresentou dados que mostraram a trajetória da desigualdade no Brasil. “Essa trajetória tem momentos distintos, animadores e desanimadores, mas que remetem a grandes enfrentamentos e desafios que são peculiares a uma nação.”

A profa. Aldaíza mediou a discussão e levantou questionamentos para o futuro. “Quando discutimos as políticas socias, estamos discutindo o acesso ao direito. A grande questão que se coloca é que: dificilmente os programas sociais eles se orientam para o cidadão, mas sim para o pobre, elegendo uma certa condução, que nos faz lembrar efetivamente da meritocracia.”

No encerramento da atividade, a reitora Maria Amalia expressou seu contentamento por esse último encontro ser majoritariamente feminino. “O Brasil em Curso é uma atividade que consideramos de extensão e que surgiu quando tudo parecia fora do lugar, durante a pandemia de Covid. Estávamos trabalhando muito em casa, mas consideramos que o Brasil parecia fora de rota, por isso criamos esse programa de formação para a cidadania a partir da discussão de problemas brasileiros, e até além das fronteiras do nosso país, mas sempre trazendo a experiência da universidade, da política internacional, e mais ainda, com o compromisso de trazer perspectivas que não fossem conservadoras, mas que fossem realmente comprometidas com a formação de uma nação.”.

Assista o evento desta terça-feira (15/10) na íntegra: