CCBB recebe filmes de docentes e estudantes da PUC-SP

Produções de Comunicação e Multimeios integram a programação do IV Festival de Filmes Científicos (FeFiCi), de 16 a 20/11

por Redação | 18/11/2022

Estudantes e professores de Comunicação e Multimeios da PUC-SP apresentam suas produções cinematográficas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), durante o IV Festival de Filmes Científicos (FeFiCi), de 16 a 20/11.

Criada em 2019, a atividade discute a relação entre o cinema e a ciência e estimula a produção de filmes científicos no Brasil. Promovido pela witz cultural, com apoio do LIC (Laboratório de Imagem Científica), o FeFiCitem tem apoio da PUC-SP e de outras universidades, além do CCBB. A atividade é internacional e, nesta edição, contará com a participação de Oliver Gaycken (Universidade de Maryland) e Mark Bould (Universidade do Oeste da Inglaterra).

Clique aqui para conhecer a programação completa do FeFiCi – a participação da PUC-SP se dá nos dias 19 e 20/11, quando serão exibidos filmes feitos por estudantes de Comunicação e Multimeios e a produção Marte: Loga, dirigido pela docente do curso Jane de Almeida. Durante o Festival, também serão exibidos dois filmes científicos do prof. Arlindo Machado (que foi do Pós em Comunicação e Semiótica e faleceu em 2020), feitos na Escola Paulista de Medicina.

 

IV Festival de Filmes Científicos (FeFiCi)
Centro Cultural do Banco do Brasil de São Paulo
Cinema – 1o. andar – gratuito
De 16 a 20 de novembro de 2022 / Quarta a Domingo
https://fefici.org/

 


Leia a seguir o depoimento de três participantes da PUC-SP no FeFiCi

JANE DE ALMEIDA
Professora do curso de Comunicação e Multimeios, organizadora do FeFiCi desde 2019 e diretora do filme Marte: Loga

JPUC – Como surgiu a ideia e qual a importância de produzir e exibir os filmes dos estudantes?
Profa. Jane – Tenho produzido filmes juntamente com cientistas desde 2005 e me interessam as condições dessa produção, em que a invenção imagética e tecnológica se apresenta juntamente com o experimento científico. Há uma troca constante de papéis, pois o cineasta se torna cientista e o cientista, cineasta.  Esse foi o caso do experimento que fizemos com a Unifesp filmando uma cirurgia de córnea com uma câmera a 1000 frames por segundo, tornando visível um momento do encontro do laser com a córnea. Os cirurgiões nunca haviam visto esse momento microscópico. O experimento envolveu alunos de graduação e mestrado da PUC-SP e do Mackenzie, sob a supervisão da Unifesp.
Outro tipo de abordagem do cinema científico é o filme didático no qual o aluno tem de estudar uma teoria, uma invenção científica inovadora e produzir um material audiovisual coerente e criativo. Acreditamos que existe um mercado audiovisual enorme para filmes científicos realizados em ambientes dos laboratórios, dos hospitais, das universidades. Hoje em dia, há publicações científicas em forma de filmes.  Nesse caso, o profissional precisa compreender o processo da ciência e ser criativo e competente no campo do audiovisual.

JPUC – Como se dá o processo de produção dos filmes, ou seja, como os estudantes podem participar e como os docentes auxiliam? Faz parte do currículo do curso? Se sim, de que forma?
Profa. Jane – Os estudantes participam de uma oficina na qual aprendem sobre a história do cinema científico. Afinal, as máquinas cinemáticas foram inventadas para a ciência e só depois foram apropriadas como “cinema”. Os filmes são muito atrativos, pois tornam visíveis fenômenos que são invisíveis aos olhos humanos, como uma bala de revólver furando uma bola de sabão, ou os movimentos do corpo humano e dos animais.
Nessa oficina, eles começam a pensar no encontro do cinema com a ciência e nas possibilidades de produção para um campo diferente do entretenimento. Muitos estudantes ficam fascinados com o contato com a ciência, com biólogos e físicos. Eles produzem filmes e são incentivados a participar de festivais no mundo todo. Lembrando que há um crescente interesse pelo meio-ambiente e que o Brasil é um país especial para esse tipo de produção. Acredito que esse campo está esperando novos cineastas, com imagens criativas que conseguem persuadir os incautos.

JPUC – Há um filme seu no Festival. Fale um pouco sobre ele.
Profa. Jane – Marte: Loga é um filme de montagem feito com estudantes do grupo de pesquisa LIC. Vic von Poser, ex-aluna do curso de Comunicação e Multimeios, foi assistente de direção. Trata-se de um ensaio de apropriação que reflete sobre os humanos e suas projeções no planeta vermelho. O filme aborda as relações entre o Brasil e Marte, apresentando as imagens do artista Henrique Alvim Correia, que ilustrou o livro Guerra dos Mundos de Wells, dando corpo aos primeiros marcianos de forma imagética. Os marcianos de Correia inspiraram Spielberg em sua versão de Guerra dos Mundos de 2005. O filme também apresenta questões políticas, pois há especulações de que a Estrela Vermelha não só é a origem dos símbolos comunistas ao redor do mundo, mas também representa a utopia do socialismo do início do século XX, além do temor vermelho da guerra fria. O filme fala de inventores, cientistas e de como a cultura se projeta em Marte. Ele foi apresentado em congresso na universidade de Oxford e em festival no SESC.

 

PEDRO BORBA
Aluno do 8º semestre de Comunicação e Multimeios

JPUC – Como surgiu a ideia de participar do FeFiCi?
Pedro – Desde que entrei no curso da PUC-SP, o Festival existe. Assisti à exibição de alguns filmes nele e gostei bastante da proposta. Achei interessantíssimo misturar ciência com cinema. Assim, decidi fazer a matéria optativa de Filme Científico, oferecida pela professora Jane de Almeida, e realizar um filme que pudesse entrar no Festival. Meu filme, chamado Esse vídeo não existe, participou da terceira edição do FEFICI e foi vencedor. Agora, na quarta edição que será realizada no CCBB, ele será reexibido e também me dispus a ajudar na organização.

JPUC – Qual sua expectativa para esta quarta edição?
Pedro – Espero que o Festival possa dar mais visibilidade ao curso de Comunicação e Multimeios e que seja possível expressar o quão vasto ele é. Acho muito importante, também, levar nossas produções para fora da faculdade e fazer com que sejamos notados além do meio acadêmico. Por fim, acho que é uma boa oportunidade para dar visibilidade a jovens realizadores do audiovisual e ao próprio festival, que pela primeira vez será realizado de forma presencial em um local aberto ao público.

 

THIAGO DOMÍCIO
Aluno do sexto semestre de Comunicação e Multimeios

JPUC – Por que você resolveu participar do FeFiCi?
Thiago – Acredito que o Festival é uma grande oportunidade para alunos de comunicação da PUC-SP e outras universidades envolvidas de ter o seu trabalho exposto e reconhecido. Ver uma criação sua numa tela de cinema deve ser uma experiência muito gratificante.

JPUC – Como está se dando a sua participação?
Thiago –  Me envolvi dando apoio na divulgação, desenvolvendo as vinhetas e a identidade visual das redes do Festival. Se envolver em atividades voluntárias dentro da Universidade é uma boa maneira de ter novas experiências, desenvolver portfólio e aprender no processo. Creio que o FeFiCi seja um festival único, integrando o cinema e ciência. Espero uma experiência de união e celebração com meus colegas e criadores, nesse momento de nova esperança no país.

 

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