Direito: pelo segundo ano consecutivo curso tem estudante premiado no Congresso Nacional de Iniciação Científica
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O Brasil apresenta índices alarmantes de mortes maternas, com números muito superiores aos considerados aceitáveis pela OMS. Há alguns anos, Sorocaba e municípios da região se destacam negativamente neste contexto, com razões de morte materna extremamente elevadas e inaceitáveis.
“Existe uma enorme dificuldade (entre médicos, equipe de saúde e gestores) em manter uma rotina de prevenção da pré-eclâmpsia para mulheres que necessitam. Também se observa uma dificuldade na realização do diagnóstico correto e oportuno e para manter um seguimento adequado das pacientes com síndromes hipertensivas”, alerta o doutor Henri Augusto Korkes.
No próximo dia 17 de outubro, especialistas e autoridades da saúde do governo do estado de São Paulo e dos municípios da região discutirão como agir para reduzir a taxa de mortalidade materna decorrente das síndromes hipertensivas e hemorrágicas. Espera-se que, após a conclusão dos trabalhos, seja oficializado um compromisso focado na mudança desse cenário.
O encontro, denominado “Fórum Regional para Redução de Morte Materna por Síndromes Hipertensivas e Hemorrágicas”, será realizado das 8h30 às 12h, no Auditório Maracanã, no 4º andar da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS), localizado na Rua Joubert Wey, 290, Jd. Faculdade.
A realização e organização do evento serão feitas pela Clínica Obstétrica da FCMS/PUC-SP e pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). O fórum conta com o apoio da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp).
O Brasil possui estatísticas alarmantes desse problema, segundo afirma o doutor Henri Augusto Korkes, mestre e doutor pelo Departamento de Obstetrícia da Unifesp, doutor em Pré-eclâmpsia pela Harvard Medical School, chefe do Departamento de Reprodução Humana e Infância, professor assistente doutor da Clínica Obstétrica da FCMS e membro fundador da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez.
Korkes explica que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), considera-se um número aceitável 20 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos. Porém, o Brasil apresenta quase o triplo desse limite.
O professor da FCMS afirma que Sorocaba possui números muito elevados, frequentemente acima da média nacional. “A principal causa de morte são as síndromes hipertensivas, especificamente a pré-eclâmpsia. Temos uma grande dificuldade entre médicos e toda a equipe em fazer uma prevenção adequada, que envolve o uso da aspirina e cálcio. Às vezes, isso ocorre por esquecimento na prescrição. Em outros casos, por não estar disponível em determinadas prefeituras. Também vemos uma grande dificuldade na realização de um diagnóstico preciso e precoce, além de um encaminhamento rápido.”
Ele também faz outro alerta: “Temos grande dificuldade na utilização da droga que salva a vida das pacientes [sulfato de magnésio], que deveria estar em todos os locais de atendimento. No entanto, os hospitais geralmente a disponibilizam apenas na UTI, e muitas das mulheres morrem antes de dar entrada no serviço”, revela. “Aliás, existe uma lei estadual que garante a
presença das caixas de urgência com sulfato de magnésio em todos os setores dos hospitais que tenham gestantes ou puérperas, mas, infelizmente, isso raramente é cumprido.”
“Por fim, enfrentamos um gigantesco problema relacionado aos gestores municipais. Muitas vezes, eles não disponibilizam as medicações preventivas (como o cálcio) e possuem protocolos mal elaborados para suas prescrições. Na prática, vemos muitas mulheres morrendo de uma doença evitável, pois sequer utilizaram a prevenção estabelecida para elas”, finaliza Henri Korkes.
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