Fundação São Paulo e Sodexo promovem projeto para mulheres em situação de vulnerabilidade social

Atividade aconteceu de 5 a 8/12, no campus Monte Alegre

por Renata Nascimento | 27/12/2023
Renata Nascimento Renata Nascimento

A Fundação São Paulo (FUNDASP), mantenedora da PUC-SP e do Centro Universitário Assunção, em parceria com a Sodexo promoveram o programa Cozinha Escola para a capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade social. A ação, que aconteceu entre os dias 5 e 8/12, no campus Monte Alegre, proporcionou conhecimentos de gastronomia, segurança dos alimentos, confeitaria e empreendedorismo para as participantes.

As aulas, teóricas e práticas, foram realizadas dentro do restaurante universitário da PUC-SP com transporte até o local oferecido gratuitamente pela FUNDASP para as alunas. Todos os produtos de gastronomia e segurança do trabalho foram oferecidos pela Sodexo, além de almoço para as alunas.

Entre os temas abordados, as aulas contemplam precificação, confeitaria natalina, roscas, panetone, chocotone, sustentabilidade, biscoitos doces e salgados, tortas, quiches, panificação, empreendedorismo, segurança dos alimentos, confeitaria tradicional e contemporânea.

As oito mulheres selecionadas participam como beneficiárias diretas ou cuidadoras de beneficiário de projetos ou serviços oferecidos pela Divisão de Educação e Reabilitação Distúrbios da Comunicação (Derdic), nas áreas de educação, saúde e assistência social e que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

“A ideia é empoderar mulheres. Trazer a possibilidade de desenvolverem um trabalho e terem renda própria, conseguindo ter produtos de qualidade com custo baixo, ter conhecimento de técnicas, inclusive de segurança dos alimentos. As alunas estão encantadas com o que estão aprendendo e com os resultados incríveis que estão alcançando. É muito importante trazer a consciência de que conseguem e podem fazer o que quiserem, apesar das dificuldades que estão enfrentando e, ainda assim, obterem uma renda extra para contribuir no orçamento familiar. São mulheres em uma condição socioeconômica difícil, e estão buscando uma forma diferente de fazer algo prazeroso. Trabalhar num projeto como esse e ver a alegria delas é sensacional! Algumas alunas que falavam que não conseguiam fazer um bolo e estavam emocionadas com o resultado das aulas, porque fizeram, decoraram, enfeitaram e estavam prontos para venda, então isso me enche de orgulho, a gente se inunda de amor”, afirma Angelita Marques, consultora gastronômica de Escolas e Universidades da Sodexo e uma das responsáveis pelos conteúdos e pelas aulas desta edição especial do Cozinha Escola.

Sérgio Caires, diretor de Escolas e Universidades da Sodexo, conta que “Esse é o ponto principal do programa, queríamos que essas mulheres se tornassem empreendedoras para gerar a própria renda. A Fundação São Paulo nos cedeu a cozinha da PUC-SP, onde já trabalhamos, e os espaços de sala de aula. Cedemos nossos profissionais para ministrarem as aulas, viabilizamos todos os insumos e juntos construímos esse projeto tão bonito. As duas equipes trabalharam muito de forma integrada, então aqui vai meu agradecimento a toda equipe da Fundação São Paulo, da Derdic e ao time Sodexo também, para tornar esse sonho em realidade. Estamos, em parceria, planejando novas ações para 2024 ligadas às principais datas sazonais para que essas alunas possam gerar renda o ano todo, e não só agora no Final do Ano. A ideia é que essas mulheres sempre estejam empreendendo e atendendo a comunidade. Acreditamos que elas serão exemplo e multiplicadoras nas comunidades onde moram”.

Karolina Ribeiro, coordenadora do setor de Ética e Integridade da Fundação São Paulo afirma que “Este evento consolida a missão que temos no peito, que é levar oportunidades por meio da educação, hoje, especialmente, a educação empreendedora. O impacto deste projeto, está diretamente ligado ao pilar social das ações ESG da Fundação São Paulo, que recebe especial atenção da Secretaria Executiva por meio de um comitê de acompanhamento.

Apesar de tantos projetos desenvolvidos pela Fundação, ficou claro o quanto é possível inovar e trabalhar mais ações sociais relacionadas à educação, levando para mais pessoas o acesso que entendemos ser tão importante”, reitera Karolina.

Histórias que emocionam

A professora Sônia Barreto sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2019. Desde então, Sônia é atendida pela Derdic. “Eu sou professora de química do ensino médio, mas estou afastada porque tive AVC em fevereiro de 2019 e desaprendi a falar, então fui encaminhada pra Derdic. Eu estou passando com a fonoaudióloga na Derdic e foi ela quem me falou desse curso, por isso estou aqui. Esse curso me proporcionou tudo, eu já faço bolo de rolo pra vender e com as aulas de empreendedorismo vou alcançar novos objetivos. A Derdic me ajudou muito, antes eu não falava absolutamente nada e estou reaprendendo do zero”.


Michele Sterfen Ferreira de Lima tem 39 anos e é mãe de Hadassa, de dois anos e meio. Ela conta que o curso vai ser importante para obter sucesso com a venda dos seus produtos. “Eu cheguei na Derdic através da minha filha, que já nasceu com problema de audição nos dois ouvidos. Ela foi encaminhada do hospital do Campo Limpo direto pra Derdic que me proporcionou esse curso maravilhoso. O curso vai contribuir para a minha fonte de renda, vou fazer vários bolos, vários doces pra minha família, pra minhas colegas, pra igreja, vai ser só sucesso”.


Ana Carolina Gomes da Silva vende bolos de festa e de pote nas ruas de São Paulo. “Eu fiquei sabendo desse curso através da Derdic, que é a escola que meu filho estuda porque ele é surdo. Quem me indicou e encaminhou direto para a Derdic foi o médico que descobriu a surdez do meu filho. Então, tudo que ele aprendeu até hoje foi na Derdic, sou extremamente grata a todos os professores, são grandes profissionais que deram suporte para tudo na vida dele. A Derdic foi tudo na minha vida, eu falo que ela foi a mãe pro meu filho que eu não pude ser. Esse curso está me proporcionando muito conhecimento. Eu já vendia bolo, mas não sabia nada de precificação, então agora eu posso cobrar o valor certo pra complementar a minha renda. Fiquei muito feliz porque mesmo que eu já trabalhe com isso, nunca fiz nenhum curso, tudo que eu sei aprendi sozinha ou vendo vídeos no YouTube. Estou aprendendo várias receitas, inclusive de Natal, então são coisas que eu posso levar junto com meus bolos de pote que eu vendo na rua, vai ajudar na minha renda também. Eles até ensinaram como abrir empresa, não agora, mas no futuro eu vou abrir, sim, se Deus quiser. Então, o curso foi maravilhoso, tanto as aulas práticas quanto as teóricas”, afirmou Ana.

Ao final do projeto, as alunas receberam o certificado de conclusão de curso e expuseram seus trabalhos de panificação e confeitaria no hall da Biblioteca Nadir Kfouri.

Confira o álbum de fotos abaixo.

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