O projeto Práticas Integrativas e Complementares no Atendimento a Idosos com dificuldades de comunicação, executado pela Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da Fundação São Paulo, tem como objetivo promover a inserção e reinserção social de pacientes idosos afásicos, demenciados ou que apresentam distúrbios alimentares ou na fala por meio de oficinas de artes e canto coral.
A Derdic é uma unidade mantida pela Fundasp e vinculada academicamente à PUC-SP que atua na educação de surdos e no atendimento clínico a pessoas com alterações de audição, voz e linguagem. Sem fins lucrativos, o trabalho institucional prioriza famílias economicamente desfavorecidas e beneficia pessoas de todas as faixas etárias.
O projeto foi aprovado e viabilizado pelo Fundo Municipal do Idoso de São Paulo e recebeu apoio da ENGIE DO BRASIL.
Com o envelhecimento da população brasileira, torna-se cada vez mais necessário o investimento em ações que contribuam para que idosos permaneçam ativos, mesmo quando algum quadro patológico está em questão. É comum que distúrbios de comunicação, alimentares e/ou sensórios motores possam se desdobrar de lesões neurológicas provocadas por acidentes vasculares encefálicos e processos degenerativos cerebrais.
Afasias (distúrbios de linguagem que afetam a capacidade de comunicação) e demências possuem alta incidência na velhice. Em ambos os quadros, os sintomas podem produzir isolamento subjetivo e social.
Com o objetivo de potencializar a realização de atividades da vida diária dos idosos, o programa oferece oficinas de canto coral e artes. O trabalho, realizado em grupo, acolhe também os familiares e cuidadores dos idosos.
De acordo Ana Célia Gomes, fonoaudióloga responsável pela condução da Oficina de Artes, os pontos positivos observados foram: lembrança dos colegas quando uma participante falta, organização de caronas e palavras de incentivo quando o idoso apresenta desinteresse pela atividade. “Já podemos perceber os primeiros benefícios quanto ao laço social em construção no grupo, como por exemplo, o respeito mantido entre os participantes com relação ao tempo necessário para a produção e para a fala, já que o tempo de escuta para que a palavra seja compartilhada é maior em função das dificuldades com a fala”, comenta.
Patrícia Bertelli e Maria Cristina Borrego, fonoaudiólogas responsáveis pelas Oficinas de Canto Coral comentam que os participantes se mostram bastante envolvidos com as atividades oferecidas. “Apesar de termos começado há poucas semanas, já é possível observarmos uma mobilização das estruturas orofaciais durante a realização dos exercícios de aquecimento vocal para o canto, a melhora da articulação e o aumento da projeção da voz quando os participantes cantam músicas do repertório. Estas condições já mostram os benefícios das atividades”, concluem.
Em anos anteriores, o projeto fez parte da Campanha 3+3 que Importam, que recolhe doações do Imposto de Renda para ajudar na viabilização de projetos sociais da PUC-SP e Unifai. Os participantes destinam 3% do IR a projetos sociais com foco em Crianças e Adolescentes e outros 3% a projetos com foco em Idosos.
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