Jornal da PUC-SP

Com enfoque nos principais debates contemporâneos relacionados à perspectiva pós-colonial, a Especialização em Ciências Humanas e Pensamento Decolonial está com vagas abertas para sua sexta edição na PUC-SP.

"As disciplinas e temáticas abordadas no curso não são oferecidas por nenhuma outra instituição de ensino, o que torna a Universidade pioneira no debate de temas pós-coloniais e educação antirracista. Além disso, as aulas são ministradas por pessoas racializadas, majoritariamente mulheres, com o objetivo de garantir presença docente plural", afirma o prof. Jonnefer Barbosa, coordenador do curso.

Os módulos direcionam o aluno para a compreensão e análise das transformações operadas nas Ciências Humanas nos séculos 20 e 21, pelas perspectivas decoloniais, seja por meio do deslocamento das posições eurocêntricas nos planos epistemológico, ontológico e metafísico, seja através da abrangência de disciplinas ausentes nos currículos acadêmicos.

O curso é voltado para graduados em Artes, Letras, Filosofia, Direito, Ciências Sociais e demais profissionais e pesquisadores que pretendem aprofundar conhecimentos sobre questões de raça e gênero. O objetivo principal é possibilitar a formação desses profissionais em temas voltados ao pensamento decolonial, permitindo a atuação na formulação de políticas públicas e na consultoria para instituições que atuam com cotas raciais, diversidade de gênero, sexual e religiosa, bem como enfrentamento ao racismo.

O curso é oferecido na modalidade online síncrono, ou seja, com aulas realizadas por professores em tempo real, através de plataformas digitais. 

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Experiência acadêmica e ativismo

“Esse curso é uma forma de fazer ecoar esse cansaço do eurocentrismo, mas também de promover a erupção desse novo antigo. Aqui, nos permitimos construir uma sensibilidade que nos permita ouvir o que a terra tem a dizer e ela fala através de muitas vozes”, ressalta a profa. Abigail Leal (foto). 

Abigail Campos Legal, uma das docentes do curso, é doutoranda em Filosofia (PUC-SP), mestre em Ética Aplicada (UFF) e graduada em Geografia (UFF). Abigail move sua criação artística entre os terrenos da filosofia e poesia. É uma das organizadoras do Slam Marginália – batalha de poesias feitas por e para pessoas trans, que acontece em São Paulo, e também é autora de exemplares sobre poesia e gênero.

A docente comenta que durante as aulas constrói um ambiente de intimidade radical, priorizando pensadoras e ativistas dissidentes de gênero/sexualidade pretas e indígenas, em sua grande maioria. “Quilombo, diáspora africana, Frantz Fanon, Davi Kopenawa, Tatiana Nascimento, Jota Mombaça, Édouard Glissant, Castiel Vitorino Brasileiro, Beatriz Nascimento, Denise Ferreira da Silva, Saidiya Hartman etc., essas são algumas das forças cujo vozear fazemos ecoar em nosso curso”, ressalta.