Relações Internacionais: curso valoriza pesquisa desde a graduação

Aspectos positivos da experiência foram tratados por estudantes, ex-alunos e docentes, durante “XXII Semana de Relações Internacionais 2024”

por Thaís Polato | 26/09/2024
Thaís Polato / ACI PUC-SP

Desenvolver habilidades como objetividade e boa comunicação, interagir com outros internacionalistas, docentes e pesquisadores, participar de eventos científicos da PUC-SP e de outras instituições, preparar-se para o futuro, seja ele na carreira acadêmica ou no mercado de trabalho.

Estes foram alguns dos elementos positivos levantados por docentes, estudantes e ex-alunos da graduação em Relações Internacionais, ao realizar uma mesa de apresentação do programa de Iniciação Científica (IC) da PUC-SP. A atividade aconteceu na tarde de 24/9, no campus Monte Alegre, e integrou a XXII Semana de Relações Internacionais 2024, evento acadêmico realizado anualmente pelo Centro Acadêmico do curso, o CARI.

Coordenadora da mesa e orientadora de projetos de Iniciação Científica, a profa. Natália Mello considera interessante observar os resultados da experiência. “É um prazer acompanhar a evolução em quem participa, a maturidade acadêmica que o processo traz e o desenvolvimento que esta vivência produz em qualquer estudante e não só naqueles que pretendem seguir carreira na área de pesquisa”, afirma a docente.

Autonomia compartilhada

A mesa sobre IC foi composta ainda por vários professores do curso de Relações Internacionais (RI) – o ciclo dura um ano e, ao final, os trabalhos são apresentados à comunidade. Todos foram unânimes em afirmar, assim como os alunos e ex-alunos que deram seus depoimentos, que a Iniciação Científica significa um importante momento de ganho de autonomia acadêmica e de fortalecimento para as muitas decisões que virão sobre caminhos profissionais.

“No curso de Relações Internacionais, os projetos de pesquisa dos estudantes estão inseridos em projetos mais amplos dos docentes, o que propicia, ao mesmo tempo, ganho de autonomia e inserção em grupos ou núcleos de pesquisa com interesse comum. Ou seja, há um aprofundamento no contato com o mundo acadêmico”, ressalta a prof. Natália.

Coordenadora da graduação em Relações Internacionais, a profa. Luiza Mateo também celebra a oportunidade de realizar atividades que vão além do espaço da sala de aula. “Essa experiência de formação é fundamental para os alunos, contribuindo para a produção e compartilhamento de conhecimento tanto na Universidade quanto fora dela. Assim, fortalecemos o tripé ensino, pesquisa e extensão, sempre promovendo o protagonismo estudantil. Um exemplo disso é a própria Semana de Relações Internacionais, organizada pelos alunos e pelo Centro Acadêmico, com o apoio da coordenação e dos professores, que em 2024 apresentou diversas atividades, incluindo mesas-redondas, minicursos e cinedebates”, afirma a coordenadora.

 


Conheça a experiência de três estudantes que realizaram projetos de Iniciação Científica

♦ Ceres Cotosky Ferreira
Tema da IC: A articulação entra a AIFLD e instituições governamentais estadunidenses no Chile: da infiltração nos sindicatos chilenos à derrubada de Allende (1970-1973)
Orientadora: profa. Natália Mello
Ciclo 2022-2023

“Aproveitem todas as oportunidades que a PUC-SP propicia. Este é o meu primeiro recado. Quanto à IC, é algo que vai muito além de produzir um trabalho para uma disciplina porque é se aprofundar em um tema que você escolheu. Entre as habilidades que mais desenvolvi estão a objetividade, porque tive que aprender a selecionar as informações que interessavam para o meu estudo, e a comunicação, porque tive que solicitar documentos primários, que estavam sob a guarda de órgãos e instituições externos. Mais um ponto positivo da experiência é que ela nos traz uma sociabilidade no ambiente acadêmico, quando participamos de eventos da área, com pesquisadores de graduação e pós-graduação. No meu caso, ela ainda tornou meu currículo mais interessante para pleitear o intercâmbio internacional que fiz no semestre passado.”

 

♦ Felipe Jukemura, internacionalista formado pela PUC-SP
Tema da IC: A cooperação internacional para o desenvolvimento, a cooperação Sul Sul e a Agenda 2030
Orientador: prof. Laerte Apolinário Júnior
Ciclo 2020-2021

“A realização da IC me permitiu treinar uma série de habilidades e obter um aprofundamento dos temas que me interessam de uma maneira que não seria possível somente durante as aulas regulares. Ao longo do processo, fui a eventos acadêmicos interdisciplinares fora da PUC-SP e publiquei, em conjunto com meu orientador, um artigo na plataforma Global Policy. A IC me ajudou a me entender como internacionalista e como pesquisador, tanto que me ajudou na candidatura para o mestrado que realizei na Science Po, em Paris. Mesmo hoje, em meu trabalho à frente da área de finanças verdes, consigo conectar e trazer muito do que aprendi durante a minha pesquisa de iniciação científica”.

 

Mariana Almeida Martini
O Brasil em uma aliança transnacional anti gênero? Uma análise sobre a interação entre política doméstica e externa durante o governo Bolsonaro
Orientador: prof. Arthur Murta
Ciclo 2023-2024

“Estou no sétimo semestre e a IC foi uma das coisas mais importantes que eu fiz durante a graduação. Considero a experiência muito interessante não apenas para quem pensa em seguir carreira acadêmica, até porque é muito cedo para termos essa certeza. Na minha pesquisa, aprendi sobre ferramentas e plataformas de pesquisa, como o Portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação. Percebi como esses instrumentos são importantes porque tive a chance desse contato mais aprofundado com eles. Foi algo que me ajudou muito, não só para a atual pesquisa, mas também para o futuro, pensando em estágios e em futuras experiências profissionais ou acadêmicas. Os desafios que a IC coloca são importantes para toda uma carreira. Você não troca experiências somente com seu orientador, mas com outras pessoas ativas na área de pesquisa, com observatórios, com grupos de pesquisa. É um projeto que dá pra ser leve, porque é muito agregador e dura um ano, ou seja, dá para fazer uma pesquisa bem construída, aos poucos.”

 


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