Sob o título de "PUC+Pq: conversas sobre pesquisas da PUC-SP", aconteceu na terça-feira (8/11), o segundo evento que reuniu docentes para apresentação de pesquisas que vêm sendo realizadas por professores da Universidade.
A pesquisa apresentada dessa vez foi "Cannabis global Co.: consenso fissurado - Um estudo de relações internacionais sobre o nexo entre drogas e capitalismo", do prof. Paulo José dos Reis Pereira.
"Esse trabalho é resultado da pesquisa de livre-docência. A proposta principal é discutir a maneira pela qual hoje tem havido um processo de regulação da cannabis para diferentes fins: industriais, medicinais e recreativos no mundo. Essa transformação numa revolução em relação ao tratamento dessa droga, que foi proibida ao longo de mais de um século, tem criado um grande mercado bilionário, e com isso o envolvimento de novos atores interessados em ganhar dinheiro com essa nova commodity psicoativa, e que tem mobilizado muita gente e muitos interesses em diferentes lugares do mundo. A minha preocupação principal é conseguir entender quais são os impactos dessa grande mudança de status, de uma planta proibida em termos de saúde pública, no consumo dessa droga em diferentes espaços, nos processos de regulação e nos temas relacionados à segurança. Enfim, como é que essa mudança específica do tratamento da cannabis afeta diferentes questões sociais que a gente vive atualmente”.
O professor falou também sobre a importância do encontro. “ Esse evento é importante em dois aspectos: o primeiro é a possibilidade de podermos compartilhar pesquisas que são desenvolvidas nos centros de investigação e atividades que são construídas em conjunto com outros docentes com o resto da comunidade universitária da PUC-SP. Existe um grande potencial de novas trocas de experiências e a possibilidade de criação de novas maneiras de se lidar com esse tema, assim como há também a perspectiva de receber um olhar interdisciplinar a respeito de um assunto que normalmente fica muito focado e restrito aos nossos próprios espaços acadêmicos. Por outro lado, especificamente sobre o tema que eu pesquiso, acho que é um grande feito a gente ter a oportunidade de poder conversar a respeito disso com a comunidade universitária de maneira democrática, científica e embasada na pesquisa, essa é uma maneira de quebrar preconceitos e poder discutir e construir uma nova forma de melhor de lidar com essa temática na nossa sociedade”.
O primeiro evento ocorreu em 4/10. Clique aqui e saiba mais.
