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A igreja Imaculado Coração de Maria teve sua primeira missa realizada em 16 de setembro de 1923
Há cem anos, a capela da PUC-SP recebia sua primeira celebração, quando Perdizes ainda era um bairro bucólico e pouco povoado da zona Oeste da capital paulista. O terreno onde está a igreja havia sido adquirido pelas Irmãs Carmelitas no final de 1920, para que nele fosse construído o convento Mosteiro das Carmelitas Descalças de Santa Tereza, que anos depois veio a abrigar o prédio sede da PUC-SP.
Desde janeiro de 2002, todo o conjunto arquitetônico que inclui a capela, o prédio velho e o Tuca são tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
Naquele distante dia 16 de setembro de 1923, a Capela de Santa Tereza recebeu sua benção e, um ano mais tarde, sua primeira cerimônia pública, uma missa conventual cantada.
A conclusão total das obras se deu apenas em 1936, ao serem fixadas as telas realizadas pelo pintor paulista Pedro Corona – que as havia produzido em outro local, pois as irmãs vivam em clausura.
Assim como as pinturas, os azulejos e vitrais de autoria do artista Paulo Claudio Rossi Osir contam cenas da vida mística de Santa Teresa de Ávila, além de outras representações da tradição carmelita cristã.
Um mapeamento das obras que compõem a paróquia pode ser pesquisado no livro Nossa Capela – Paróquia Coração Imaculado de Maria-PUC (2002, ed. Alter Market), de autoria do pe. Pedro Antonio Ariede. A capela ganhou esta denominação em 1946, quando o Mosteiro foi doado à Fundação São Paulo, como parte do projeto de Igreja Católica de ter uma universidade na Capital. A partir daí, as Irmãs se mudaram para o Jabaquara (zona Sul) e a capela passou a atender os universitários e a comunidade do entorno.
“Ali naquela venerável Capela universitária tudo recorda a Santa (Teresa) de Ávila, os inúmeros afrescos que retratam sua vida, aventura espiritual e humana. O espaço recobra a importância de fundamentar aos estudantes os valores do estudo e interioridade, na capacidade de se determinar com ética e sabedoria à realização do bem na sociedade”, ressalta a atual Priora do Mosteiro Santa Tereza de Jesus (o antigo Mosteiro de Perdizes), Irmã Maria José de Jesus.
A madre destacou ainda que os ornamentos existentes na Paróquia são inspirados na decoração do antigo Recolhimento de Santa Teresa, que existia desde 1685, na região da Praça da Sé.
“Tudo na Imaculado Coração de Maria, inclusive o altar-mor e os laterais, foi pensado de forma a seguir o padrão existente no antigo Recolhimento Santa Teresa, origem do Carmelo em São Paulo”, afirma.
Pároco da Capela da PUC-SP desde 2016, pe. Valeriano dos Santos Costa, que também já foi diretor da Faculdade de Teologia, comemora a parceria com a Universidade. “É muito valioso para a PUC-SP ter uma capela que possa dar suporte a estudantes, professores e funcionários em suas trajetórias. A universidade e a Igreja sempre se apoiaram ao longo de suas existências”, afirma.
Quanto a ser responsável por uma igreja centenária, Pe. Valeriano diz se sentir honrado. “É uma alegria muito grande para mim ser padre, ainda mais de uma paróquia com tanta importância e beleza histórica. Apesar de estarmos ligados à Universidade, atuamos com toda a comunidade. O conhecimento religioso e o acadêmico se nutrem mutuamente, e isso é enriquecedor para ambos”, conclui.
A capela centenária da PUC-SP, palco de inúmeras histórias da comunidade interna e externa da Universidade, recebeu o título de patrimônio em janeiro de 2002, pelo Condephaat. O processo que culminou com o tombamento revela algumas características arquitetônicas da Paróquia: “com planta em cruz, externamente o edifício apresenta características neocoloniais. A fachada tem três arcos, correspondendo a três janelas do coro. A torre sineira com sua planta quadrada é recuada em relação à fachada. Nela se encontra um sino doado pelos fiéis e instalado por volta de 1957”.
O documento destaca ainda que “um pequeno átrio – com paredes revestidas a meia altura com estampa industrial, em azul sobre fundo branco, e dois bancos de concreto – dá acesso à porta principal da pequena capela. A porta é de madeira entalhada, como também são o para vento, os altares e a grade do coro”.
A convite do J.PUC, em parceria com a TV PUC, o prof. Fernando Altemeyer (Ciência da Religião) revela outras curiosidades e características da capela, como a pedra do sacrifício que está embutida na mesa do altar. Assista a seguir:
►Segunda a sexta-feira: 7h30, 12h e 18h
►Sábado: 12h e 16h
►Domingo: 9h, 11h, 12h30 e 18h