Jornalismo promove encontro com Heródoto Barbeiro e Nilo Frateschi Jr.
Profa. Misaki Tanaka foi responsável pelo evento que aconteceu no laboratório de vídeo
Atividades teóricas e práticas, participação de docentes e especialistas externos, além de vivência pela cidade foram bem avaliadas pelos participantes
Aulas teóricas e práticas, visitas a equipamentos culturais e sociais da cidade de São Paulo e a participação de especialistas de dentro e de fora da Universidade marcaram a primeira edição da Escola de Inverno da PUC-SP, que aconteceu de 24 a 28/7. A atividade foi organizada a partir do tema geral Diversidade, Meio Ambiente, Cultura e Tecnologia: uma agenda brasileira.
“A variedade de áreas de conhecimento e de participantes, tanto ministrando as aulas como participando delas, nos possibilitou cumprir a missão a que nos propusemos, que é a de oferecer cursos com impacto social voltados à realidade brasileira”, avalia a profa. Altair Cadrobbi Pupo, a Lila, pró-reitora de Educação Continuada.
Entre os temas que integraram as atividades da Escola de Inverno estiveram alguns como cooperativismo, economia solidária, letramento racial, sustentabilidade, tecnologia e direito. As salas de aula também receberam, além dos professores da PUC-SP, participações de especialistas externos, como Natxo Devicente, economista da Organização Mundukide, parceira da Universidade Mondragon (Espanha).
“É muito importante que a Universidade enfatize o tema, neste momento histórico e de mudanças que vivemos, não só no Brasil, mas no mundo todo. A economia está ficando cada vez mais violenta, por isso precisamos lutar para que ela tenha mais propósitos sociais. Nesse sentido, as cooperativas marcam claramente como devem ser os princípios de empreendimentos que buscam e têm foco na melhoria da vida das pessoas”, afirmou Devicente, ao participar do curso Economia Solidária e Cooperativismo: uma abordagem emancipatória.
A publicitária Camila Melo foi uma das alunas do curso, que procurou a partir do desejo de pensar a criação de negócios que beneficiem as pessoas e que não tenham apenas o lucro individual, da empresa ou de investidores financeiros como objetivo. “A ideia é criar projetos que possam ser convertidos em ganhos sociais”, afirma Camila, que também relata uma inquietação pessoal para decidir fazer o curso. “Penso que dá para ser melhor, ser mais justo, penso ser possível que as pessoas participem mais dos processos produtivos. Ter esse contato com a Universidade, com a teoria do Paul Singer, é uma maneira de pensar na criação de projetos com sustentabilidade e preocupação com questões sociais. É minha primeira vez na PUC-SP e estou adorando estar aqui”, ressaltou a publicitária.
Matheus Domingues de Lima Maciel, administrador de empresas, também destacou a experiência vivida na Universidade. “A PUC-SP tem um ambiente agradável e muito acolhedor. Já me sinto parte dela, mesmo sendo a primeira vez que estou por aqui. Quero fazer outros cursos”, ressaltou. Maciel cursou Economia Solidária e Cooperativismo: uma abordagem emancipatória porque já trabalha em um instituto que atua na área. “Realizamos a formação de grupos de ações de trabalho e renda. Este curso está me abrindo muitas perspectivas, principalmente por oferecer um histórico da área e trazer experiências realizadas ao redor do mundo, como a da Organização Mundukide”, refletiu.
Outra convidada externa para participar da Escola de Inverno foi Aline Os, fundadora do Coletivo Señoritas Courier. A cooperativa é integrada por trabalhadoras que fazem entregas com bicicleta e composta tanto por mulheres cis quanto da comunidade LGBTQIA+. “Estou muito feliz por ter compartilhado nossa experiência aqui na PUC-SP. Somos um coletivo, associação e cooperativa, estamos inseridas em todas estas instâncias, e é muito bom falar nesta Universidade, um espaço de saber fundamental não apenas à cidade de São Paulo, mas ao Brasil”, afirmou a empreendedora e ativista.
Já a veterana da Escola de Verão, Marizilda do Nascimento, voltou à PUC-SP para dar continuidade ao curso Letramento Racial e Antirracismo no Contexto Brasileiro, oferecido também agora nas férias de julho.
“O grupo de alunos já dobrou em relação ao curso de janeiro. Há uma diversidade muito interessante, as pessoas são bem interativas e os professores, maravilhosos”, afirma Marizilda. “Além de advogada, sou também uma mulher preta. O letramento racial vem para mostrar que a questão não pode ficar só entre nós, pretos ou negros, precisamos levar isso para o mundo, que não é feito de cores, mas de pessoas. O curso aborda exatamente esta questão, de onde veio o racismo e, principalmente, a luta pelo antirracismo”, afirma.
A diversidade também marcou a experiência de Jimmy Hak Li, que cursou Criação de Conteúdo Criativo para Mídias e Redes Sociais. Graduando em Publicidade e Propaganda, afirma que gostou muito de ter colegas de classe de diversas áreas, com diferentes faixas etárias e atuações profissionais. Além disso, Jimmy destaca a experiência e a didática do professor Claudir Segura, coordenador da atividade, e a presença de convidados externos às aulas.
“A forma de interação dos conteúdos foi excelente, recomendo a Escola de Inverno. Depois de fazer o curso já me apareceram duas propostas de trabalho. Levar o nome PUC-SP no currículo faz toda a diferença”, afirma Jimmy.
Aula no Galpão do Armazém do Campo, do MSTA Escola de Inverno da PUC-SP também proporcionou aos alunos visitas a equipamentos culturais e sociais da capital paulista. Os locais incluíram espaços como o Galpão do Armazém do Campo, do MST, Museu das Culturas Indígenas,MAM, Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa e Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, além do Tuca, o teatro da PUC-SP. Na sexta-feira, 28/7, os alunos assistiram a uma aula aberta no Galpão do MST (Movimento Sem Terra), no centro de São Paulo. A atividade foi conduzida por Luís Costa, responsável pelo financiamento popular do Setor de Produção do Paraná, e contou com a participação de Juscieli de Santana, do escritório de Comercialização. Ambos abordaram as cadeias produtivas do MST, a logística de distribuição pelo país e as maneiras do Movimento se organizar socialmente, acolhendo famílias e montando estruturas físicas no campo, como escolas, casas e lavouras. A visita dos estudantes ao Galpão teve como principal objetivo mostrar a economia solidária funcionando na prática. Para o aluno Matheus Domingues de Lima Maciel, a aula foi essencial para entender o funcionamento do MST, a aplicação que o Movimento faz de técnicas de cooperativismo e também para mostrar como é possível introduzir esse conhecimento em outros projetos sociais. “A gente fica motivado vendo que a luta da reforma agrária não se limita a ocupar terrenos. Ela inclui oferecer dignidade às famílias, possibilitar que elas se mantenham. Podemos ter uma sociedade diferente a partir do MST”, considera Maciel. Eliana Alves, coordenadora da Pastoral da Criança do setor São José Operário, do bairro da Brasilândia, participou da aula mesmo não sendo aluna da Escola de Inverno. Ela conta que tenta implementar uma horta comunitária no bairro e assistiu à aula para aprender sobre o sistema organizacional do MST. “Tem um moço lá na Brasilândia que planta, e a gente levando o conhecimento daqui pra lá já sabe como fazer, a quem procurar, com quem falar, quem vai pôr a mão no arado, quem vai tomar conta”, afirma Eliana. No final da aula, o grupo visitou o Armazém do Campo, local em que o MST vende produtos alimentícios vinculados ao Movimento, como arroz, feijão, mel, verduras, café, entre outros. A atividade foi seguida por um almoço comunitário. |