Conheça a história de funcionárias que estão há mais de 50 anos na PUC-SP e Fundação São Paulo
Depoimentos mostram a importância das amizades no trabalho
“Convivo com pessoas maravilhosas e construí amizades que foram fundamentais em minha trajetória. Estar na PUC-SP há 50 anos é como ter vivido por 50 anos em minha casa.”
Aparecida Conceição Betcher Martinez, assistente administrativa da Faculdade de Direito
Amantes da Universidade, gratas pelos anos de casa e pelas relações desenvolvidas. Rosemari Dalbem, Irmã Valdete Contin e Aparecida Conceição Betcher são funcionárias da Fundação São Paulo e PUC-SP há mais de 50 anos. Em todo esse tempo atuando nas mesmas Instituições, elas contam que as amizades que fizeram e o carinho que recebem foram fundamentais para chegarem até aqui.
Força motriz que vem do coração
Irmã Valdete Contin foi admitida no dia 2 de março de 1962. Ela conta que atuava na Faculdade Sedes Sapientiae antes de vir para a PUC-SP. “Eu comecei na Sedes Sapientiae e a igreja doou o prédio da nossa faculdade para a PUC-SP, mas todo o tempo que trabalhamos lá foi considerado, então por isso que eu tenho todo esse período na Instituição. A mantenedora de lá integrou na mantenedora daqui e passou a ser uma coisa única, todos funcionários vieram de lá para cá”, conta.
“Meu primeiro cargo na faculdade Sedes Sapientiae foi na área de recursos humanos, que antigamente era integrada com a parte financeira. Eu atendia os alunos, realizava os pagamentos de professores, todo o pagamento era comigo, e fazia também o atendimento. Hoje meu cargo é de assessora da Secretaria Executiva. Atendo os professores, funcionários e alunos que têm necessidade de alguma conversa ou algum encaminhamento religioso, eu sempre estou atendendo aqui na ‘salinha do sigilo’. As pessoas me pedem segredo e eu digo ‘pode ficar tranquilo que eu tenho juramento do silêncio’, então esse é meu trabalho aqui”.
Irmã Valdete completou 90 anos no último mês e conta que existem muitas histórias marcantes nesses 62 anos de casa, mas as principais foram a mudança da Sedes Sapientiae para a PUC-SP, a invasão das tropas em 1977 e a eleição da profa. reitora Nadir Kfouri. “O dia da invasão foi um período de grande preocupação. Foi um choque. Uma das minhas irmãs trabalhava aqui no setor Audiovisual no período da noite, e no momento que a tropa invadiu, ela estava lá dentro. Foi uma coisa que me marcou muito, porque ela ligou pra nossa mãe e disse ‘toma conta da minha filha Cristina, porque eu não sei se vou sair daqui com vida’, então foi um pavor. Estou falando pelo fato de ser minha irmã, mas todos os professores, funcionários e alunos que estavam aqui passaram por essa situação de medo no dia da invasão”.
“Eu amo a PUC-SP em todos os sentidos. Amo as pessoas, eu gosto muito de lidar com gente, e gosto muito de trabalhar com o pessoal da PUC-SP. Então, pra mim é demais, eu gosto demais, é uma coisa que vem do coração. Eu sempre fui muito feliz e continuo feliz trabalhando na PUC-SP. São muitos momentos e histórias nesses 62 anos e pretendo continuar aqui até o fim”, finaliza irmã Valdete.
Trajetória de Orgulho
Rosemari foi admitida em 1970, aos 21 anos de idade. “Vinda do interior, com muito medo da cidade grande, fui apresentada pelo padre Walmir da Silva Gomes à irmã Valdete Contin, que me acolheu com muito carinho. Assim iniciei minha trajetória nesta Universidade que muito me orgulha”.
Rosemari foi admitida para atuar na função de auxiliar de tesouraria onde aprendeu sobre folha de pagamento, recolhimento de FGTS, cartão de ponto, atendimento a alunos e outras atividades correlacionadas. “Fui secretária da Irmã Valdete, encarregada de serviços administrativos, assistente de recursos humanos, e hoje supervisora do cadastro acadêmico. Atendo todas as chefias de departamento e direções de faculdade, sanando dúvidas e dando encaminhamento correto para cada situação apresentada, tentando ser muito carinhosa com todos”, afirma.
Com o objetivo de democratizar e expandir o acesso ao ensino superior, a Fundação São Paulo, mantenedora da PUC-SP, fornece aos colaboradores duas bolsas de estudos integrais que podem ser utilizadas em qualquer curso dentro da Instituição e em qualquer grau de instrução, sendo: graduação, mestrado ou doutorado. O direito às bolsas se estende também aos filhos e cônjuges dos funcionários. Rosemari conta que os dois filhos se formaram na PUC-SP através deste benefício.
“Tive dois filhos, os dois usufruíram da bolsa de estudos e eu também fiz vários cursos como aprimoramento aqui na PUC-SP. Aprendi muito nesta Universidade, vivi momentos de alegria e tristeza e agradeço de coração todo apoio que tive nos momentos difíceis.
Meus colegas de trabalho, fazem parte de minha família, amo o que faço e me dou bem com todos. Não sei quanto tempo ainda tenho nas minhas atividades, mas sairei com muito orgulho de ter colaborado com esta Instituição maravilhosa que muito me deu”, finaliza.
Relação de amor e gratidão
Aparecida Conceição Betcher Martinez, mais conhecida como “Cidinha”, atua na Faculdade de Direito. “Entrei na PUC-SP por indicação no dia 5 de setembro de 1974, como escriturária nível I, depois de alguns anos passei a secretaria de direção e atualmente assistente administrativa”.
Assim como Rosemari, a família de Aparecida também usufruiu da bolsa de estudos fornecida pela Fundação São Paulo. “Meu falecido esposo se formou em Direito na PUC-SP em 1996, mas eu me formei em outra Instituição de Ensino”, conta.
Ela afirma que sua relação com a Universidade é de amor e gratidão. “A PUC-SP possui uma relevante atuação em minha vida, principalmente na minha construção pessoal. Me tornei uma pessoa melhor e conquistei tudo que possuo hoje graças à Universidade. Convivo com pessoas maravilhosas e construí amizades que foram fundamentais em minha trajetória. Estar na PUC-SP há 50 anos e é como ter vivido por 50 anos em minha casa. O que mais me marcou em todos esses anos foi o carinho que todos têm comigo”, finaliza Aparecida.
Segundo o setor de Desenvolvimento Humano, o corpo técnico-administrativo da Fundasp/PUC-SP possui oito funcionárias e funcionários com 50 anos ou mais de casa. Todos foram convidados para participar da matéria e as três colaboradoras aceitaram o convite de ACI.