Jornal da PUC-SP

Em 28/1, matéria da Revista Fórum com o prof. Reginaldo Nasser sugere que o CONSAD teria vetado a contratação de Guilherme Boulos como professor visitante do Pós em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais, e que não teria havido flexibilidade por parte do CONSAD e, em particular, da Reitora, profa. Maria Amalia Andery, na análise e decisão sobre a solicitação de contratação.

A Reitora desmente e esclarece o ocorrido em texto enviado à Revista Fórum. Leia a seguir:

O Conselho de Administração da PUC-SP
não vetou Guilherme Boulos como professor visitante

Em 28/01/2021 a Revista Fórum publicou matéria sob o título “Conselho de Administração da PUC-SP veta Guilherme Boulos como professor convidado”.

Em primeiríssimo lugar, é imperativo destacar que não houve veto a Guilherme Boulos, mas indeferimento de solicitação do Programa de Estudos Pós-Graduados em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais por razão acadêmico-administrativa digna de nota.

A mencionada razão é a que passo a expor e comentar, sinteticamente. O planejamento acadêmico da PUC-SP para o 1^o semestre de 2021 encerrou-se em 13/10/2020, data na qual ficaram definidas, registradas e consolidadas as disciplinas e outras atividades dos Programas de Pós-Graduação e dos Cursos de Graduação.

O referido pedido de contratação de professor visitante, devidamente instruído para a tramitação, foi enviado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação em 22/12/2020, portanto 40 dias após o encerramento do prazo e também depois da conclusão das matrículas acadêmicas dos estudantes.

Essa é a razão do indeferimento da solicitação, nenhuma outra.

O Pró-Reitor de Pós-Graduação conversou à época com a Coordenadora do mencionado Programa, reconhecendo o mérito da solicitação e buscando construir alternativa para sua viabilização.

A sugestão apresentada foi a de se organizar – ainda no 1^o semestre de 2021 – atividade científica, com a efetiva participação de Guilherme Boulos, visando ao estabelecimento de uma aproximação do docente às pesquisas do Programa em temática relacionada aos movimentos sociais e conexões com experiências internacionais em torno da governança global e do papel ampliado das cidades.

Tal alternativa possibilitaria o tempo necessário ao devido trâmite da eventual contratação como professor visitante em semestre subsequente, bem como permitiria acolher e incluir o docente visitante, sua disciplina e seu plano de trabalho no planejamento acadêmico, sem excepcionalidades. Proposta rejeitada pelo Programa de Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais.

Do meu ponto de vista, não se trata – como referido na matéria a qual respondo –  de falta de flexibilidade pois, no caso, flexibilidade seria aquiescer à solicitação do Programa se ela tivesse ocorrido com pequeno atraso, sem ferir a isonomia em relação aos demais Programas e Cursos da Universidade e desde que a exceção não trouxesse dificuldades ou eventuais inconsistências ao planejamento acadêmico; o que não correspondia à situação.

Deferir uma solicitação nas condições em questão seria, em meu juízo, constituir uma espécie de privilégio com o qual, tenho certeza, nem os professores do Programa, nem o professor visitante concordariam ao avaliarem racionalmente a situação.

Vale mencionar, por fim, que a figura do professor visitante na PUC-SP foi criada em minha gestão. Não apenas propus a modalidade, mas a incentivo, considero-a relevante para a qualidade e a diversidade do ambiente e da experiência acadêmica. Por isso, são bem-vindos os pedidos desse tipo de contratação, assim como são muito bem-vindas(os) as(os) docentes – nas diversas áreas do conhecimento – cujo saber, experiência e qualificação tragam contribuições e respondam às exigências de excelência acadêmica da PUC-SP.

Maria Amalia Andery

Reitora da PUC-SP