Ex-aluno de Relações Internacionais se torna diplomata

Marco de Rosis Muniz tomou posse em fevereiro deste ano

por Thaís Polato | 03/06/2024

Desde criança, Marco De Rosis Muniz sonhava em ser diplomata. Graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP, De Rosis realizou seu sonho no início deste ano, ao ser aprovado no Concurso de Admissão à Carreira Diplomática do Ministério das Relações Exteriores.

"Os estudos de Relações Internacionais na PUC-SP foram fundamentais para que eu constituísse pensamento crítico, holístico e multidisciplinar. Para qualquer profissional, esse tipo de pensamento é um ativo; para um diplomata, é, contudo, uma necessidade", afirma o diplomata.

 


A seguir, leia a entrevista de Muniz ao J.PUC

JPUC – Por que resolveu seguir a diplomacia?
Marco de Rosis Muniz –
Foram três os motivos. Primeiro, desde criança, sonhava com a carreira diplomática. Segundo, durante a graduação em Relações Internacionais na PUC-SP, notei que o mercado de trabalho do internacionalista é bastante pequeno e concorrido, de forma que o concurso para a carreira diplomática me pareceu ser uma boa opção, em termos de trabalho com temas relacionados ao que se estuda na graduação. Terceiro, notadamente após trabalhar como professor de línguas e no Banco do Brasil, como concursado e em regime celetista, em termos financeiros, a carreira diplomática é uma boa carreira, porque garante um bom salário e uma boa qualidade de vida para o diplomata e para a família. Desse modo, ao meu ver, a carreira diplomática unia meus interesses pessoais e sonhos à oportunidade de ter uma boa remuneração, em comparação com a média do mercado de internacionalistas e de trabalho brasileiro.

JPUC – Como se preparou para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática?
Marco de Rosis Muniz –
Ao longo de quase 9 anos, fiz cursinhos especializados e aulas particulares de todas as 10 matérias cobradas no concurso. Foram necessárias aulas de conteúdo e de forma, particularmente porque o concurso é composto de três fases, uma de questões objetivas, eliminatória, duas de questões dissertativas, eliminatórias e classificatórias. Há provas escritas das línguas portuguesa, inglesa, francesa e espanhola. Há, também, provas escritas de economia, história do Brasil, política internacional, geografia e direito. Nas questões objetivas as matérias cobradas são: língua portuguesa, língua inglesa, geografia, política internacional, economia, geografia, história mundial, história do Brasil e direito (são cobrados temas de direito internacional, constitucional e administrativo). Houve períodos de dedicação integral aos estudos e períodos em que trabalhei e cursei aulas de pós-graduação (mestrado).

JPUC – Qual a importância da formação na PUC-SP, para sua vida acadêmica, profissional e pessoal?
Marco de Rosis Muniz –
Os estudos de Relações Internacionais na PUC-SP foram fundamentais para que eu constituísse pensamento crítico, holístico e multidisciplinar. Para qualquer profissional, esse tipo de pensamento é um ativo; para um diplomata, é, contudo, uma necessidade. Os estudos de teorias das Relações Internacionais, línguas, economia, direito, geografia, geopolítica, história do Brasil, história da política externa, antropologia e sociologia me proporcionaram vantagens comparativas aos demais concorrentes no concurso, que vinham de graduações como direito, economia, engenharia e educação física. Ademais, para minha vida acadêmica, a PUC-SP foi de grande importância, dado que o senso crítico e o conteúdo estudado durante a graduação e o intercâmbio acadêmico para a França me proporcionaram uma formação ímpar. Por fim, para minha vida pessoal, a PUC-SP foi, também, fundamental, já que a maior parte de minhas relações interpessoais atuais são heranças do meu tempo na PUC.

JPUC – Que dicas deixa para quem quer seguir trajetória parecida à sua?
Marco de Rosis Muniz – 
Tenho seis sugestões para os interessados e interessadas na carreira diplomática. Primeiro, procurem conhecer a carreira e a prova. Há várias “lives” e fontes de informação, bem como legislação específica que rege o Serviço Exterior Brasileiro (Lei 11.440/2006). Segundo, estejam cientes de que as provas são extremamente exigentes e de que o caminho até a aprovação é uma maratona, não uma corrida curta, é preciso ter paciência e resiliência. Em geral, os candidatos que são aprovados no concurso estudam anos para passar na prova. Há custos pessoais, profissionais e familiares na escolha de estudar para o concurso e de seguir a carreira diplomática. Estejam cientes que, provavelmente, muitos estudarão anos para passar, embora haja casos daqueles que foram aprovados em um ou dois anos. Terceiro, se optar pela carreira diplomática, ainda que suas vidas financeiras permitam que não trabalhem, não deixem de estagiar durante a graduação, de trabalhar durante a preparação para o concurso e de ter tempo de descanso. Quarto, se puderem usufruir das oportunidades que a PUC-SP oferece, como intercâmbios acadêmicos, aproveitem. Quinto, a vida de um diplomata é bastante dinâmica e, por vezes, divertida. É uma carreira muito interessante e instigante, particularmente para aqueles que têm uma predileção para o serviço público. Sexto, o Itamaraty é uma instituição que se impõe, muitas vezes, à vida de seus servidores, em particular dos diplomatas, o que pode não se adequar às expectativas profissionais e pessoais de todos os interessados na carreira.

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