Ex-alunos descomplicam a vida de vestibulandos
Plataforma digital ajuda estudantes a se prepararem para o Enem e o vestibular
Ao som da clássica Moonwalker, de Michael Jackson, a professora de História inicia uma aula sobre sistema feudal. Já o professor de Química escolhe dedilhar Roberto Carlos no violão e arrisca umas embaixadas. Descontração e a tecnologia são marcas registradas da plataforma digital Explicaê, que reúne em um endereço online vídeo-aulas, apostilas, exercícios, plano de estudos individualizado, simulados, entre outras ferramentas. Tudo voltado para quem pretende prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares espalhados pelo país.
A iniciativa chamou a atenção dos advogados João Paulo Pessoa e David Sampaio Barretto, ambos formados pela PUC-SP. Sócios em dois escritórios (São Paulo e Sergipe), eles afirmam que o desejo de empreender na área de Educação vinha desde os tempos da graduação.
Barretto e Pessoa, na formatura da graduação, quando já queriam empreender na área de Educação
Procurados pelos idealizadores do Explicaê, decidiram entrar no projeto como investidores-anjo. Arcaram não só com os custos, mas também assumiram parte da gestão, participando ativamente dos rumos da plataforma. “Com o Explicaê uma parcela maior da população pode ter acesso a um material educacional de primeira linha, preparado por um time de profissionais altamente capacitado”, afirma Barretto, que também é mestre em Direito Tributário pela PUC-SP. Ele ressalta que a formação recebida na Universidade foi fundamental na decisão de investir no projeto. “O forte viés social da plataforma, que oferece um valor bastante acessível, e a preocupação de alcançar jovens de todas classes sociais deve-se justamente ao fato de termos recebido uma sólida formação humanística na PUC-SP”, acrescenta o advogado.
Entre os usuários, as dúvidas mais comuns são relacionadas aos conteúdos de Física, Química e Matemática. “Percebemos também uma leve tendência no aumento de dúvidas sobre Filosofia, Sociologia e Artes, matérias pouco exploradas nas escolas, mas de crescente exigência nas provas”, ressalta Barretto.
Dados do Ministério da Educação mostram que pelo menos 6,1 milhões de estudantes prestarão o Enem em 2017. Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Explicaê conquistou cerca de 20 mil seguidores nas redes sociais e 5 mil inscritos no site (que pagam R$ 17,90 por mês para ter acesso às aulas e a todo o conteúdo da plataforma). “Nossa expectativa é de que estes números cresçam exponencialmente até o fim do ano, quando estaremos mais próximos das provas dos principais vestibulares do país e também do Enem”, explica João Paulo Pessoa, que além de doutorando em Direito Constitucional na PUC-SP leciona na Especialização da Cogeae.
15 minutos para o primeiro lugar
A professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, docente do Pós em Educação: Currículo da PUC-SP, afirma que associar novas tecnologias à educação, como no caso de uma plataforma online, representa um avanço importante. “Essa integração provoca mudanças no ensino presencial convencional e favorece a associação entre tecnologias e metodologias ativas que se apoiam no protagonismo do estudante em seu processo de aprendizagem. Nesse sentido, as tecnologias digitais potencializam a associação entre atividades presenciais na sala de aula convencional com atividades online, concretizando o que a literatura tem denominado como ensino híbrido”. A especialista lembra, no entanto, que apesar de bem aceito em sala de aula, o uso de tecnologia nos métodos de aprendizagem nem sempre é fácil. “Há desafios de infraestrutura, de visão de políticas públicas e institucionais, de apropriação das tecnologias por parte dos professores de modo que eles se sintam confortáveis para integrá-las aos processos de ensino e de aprendizagem, além de desafios de ressignificar o currículo”, afirma.
Gravação de uma das aulas
Para o alagoano Marlon Fortes a experiência foi positiva. Quando já cursava Medicina, resolveu mudar de carreira, conheceu o Explicaê e considerou a plataforma uma maneira dinâmica de voltar aos conteúdos direcionados ao vestibular. “Os professores eram bastante didáticos e as vídeo-aulas tinham de 10 a 15 minutos, exatamente o que eu precisava”, conta o aluno, que acabou aprovado em 1º lugar no curso de Biotecnologia na UFSCar e em 3º no curso de Ciências Biomédicas na USP de Ribeirão Preto. “Optei por Biomédicas e não poderia estar mais feliz”, comemora Fortes.
Também de Alagoas, a estudante de uma escola pública Raquel Rodrigues foi outra que aprovou o método. “Uso para estudar não só para o Enem, como também para outros vestibulares”, afirma.
Para conhecer: www.explicae.com.br.