Intercâmbio: estudante de RI visita a Coreia do Sul
Larissa Aramaki Tanaka passou um semestre na Hankuk University of Foreign Studies, em Seoul
Aprimorar conhecimentos, conhecer uma outra cultura, aperfeiçoar uma segunda língua, esses são só alguns dos motivos para participar de um intercâmbio em outro país. A estudante de Relações Internacionais Larissa Aramaki Tanaka tinha esse objetivo desde o ensino médio e quando teve a oportunidade, com a ajuda da Assessoria de Relações Internacionais e Institucionais (ARII), passou um semestre na Hankuk University of Foreign Studies, em Seul, na Coreia do Sul.
Leia abaixo entrevista com Larissa:
1) Por que você resolveu fazer intercâmbio?
O intercâmbio sempre foi uma meta pessoal para mim, desde o ensino médio, eu tinha em mente que um dia gostaria de passar um período em um outro país, a fim de conhecer, de forma aprofundada, um novo idioma e cultura. Dessa forma, quando descobri que seria possível realizar tal meta durante a graduação, me concentrei durante todos os períodos da faculdade para conseguir preencher os requisitos solicitados para facilitar o processo quando fosse participar do edital - como boa média acadêmica e participação em atividades da faculdade. A conversa com ex-intercambistas que tivemos na primeira semana de curso também me incentivou, além de poder ver amigas veteranas que realizaram o intercâmbio da PUC-SP voltando realizadas, me motivando ainda mais a me inscrever.
2) Por que escolheu a Coreia do Sul?
Apesar das diversas opções de instituições de ensino que eu poderia escolher, para mim, a Coreia do Sul foi um país que se destacou por múltiplos motivos. O primeiro foi o interesse que eu já possuía de conhecer o país - já que consumo vários conteúdos sul-coreanos, como filmes, séries e música -, com isso, já havia curiosidade de vivenciar sua cultura estando lá fisicamente. Também me motivou a questão de que, antes de ir ao intercâmbio, eu já havia estudado um pouco do idioma, então a barreira linguística seria menor do que em outros casos.
No entanto, o motivo mais expressivo era o acadêmico, pois, ao longo da graduação, desenvolvi um grande interesse na temática da Ásia, tendo a política, economia e diplomacia de países asiáticos como assuntos que mais gosto de estudar. Com isso, poder ir para um país asiático e aprender disciplinas de Relações Internacionais da Ásia no próprio continente, foi um impulso significativo na minha escolha.
3) Como a ARII te ajudou nesse processo?
A ARII foi um grande facilitador em todas as etapas, desde o processo seletivo até meu retorno ao Brasil, e a equipe sempre foi prestativa e atenciosa, sanando todas as dúvidas que eu tinha. Eles me providenciaram os documentos necessários para a realização do visto e da inscrição na HUFS com antecedência e organização, além de me passarem os contatos dos estudantes da PUC-SP que estavam lá ou já tinham ido à HUFS em outros semestres. Nesse sentido, descrevo o ARII e toda a sua equipe como atores fundamentais em tornar a ida para o intercâmbio a mais fluida possível.
4) Houve alguma barreira por conta da língua?
Antes de ir à Coreia do Sul, fiz algumas aulas de coreano, as quais me ajudaram a construir um vocabulário suficiente, além de conseguir ler o alfabeto Hangul. No entanto, ainda havia barreiras linguísticas, principalmente para a resolução de problemas cotidianos, como quando precisei criar uma conta num banco coreano para efetuar o pagamento do aluguel do dormitório, entre outros momentos em que o vocabulário é mais específico.
Porém, a comunicação com a grande parte dos coreanos era tranquila, mesmo se você não dominasse completamente o idioma, dado que eles eram prestativos e atenciosos, utilizando aplicativos de tradução e gestos para te responder, ajudar e explicar algo. Somado a isso, muitos possuem conhecimento da língua inglesa, então, caso você não saiba coreano e saiba inglês, é possível se comunicar. Contudo, aconselharia para qualquer pessoa que tenha interesse de ir à Coreia do Sul, seja para turismo ou intercâmbio, que estude um pouco o idioma antes de ir, não só por facilitar no entendimento de elementos básicos - como placas e cartazes -, mas, na minha percepção, os sul-coreanos sentiam mais prestígio se você tenta se comunicar, primeiro, em coreano e, caso não seja possível manter o diálogo, o uso do inglês posteriormente.
5) Por que escolheu a HUFS?
Eu não conhecia a HUFS antes do processo seletivo, mas enquanto pesquisava sobre as instituições de ensino que eu poderia escolher, ela me chamou atenção pela quantidade significativa de estudantes intercambistas que eles recebem todos os semestres. Assim, tive interesse por seu campus receber muitos intercambistas, sendo bem diverso, além de uma grade curricular muito completa do “Departamento de Estudos Internacionais”, fortalecendo minha escolha de ir à HUFS.
6) Qual sua impressão sobre a Coreia do Sul?
A Coreia do Sul é um país que, ao meu ver, consegue aliar e mesclar elementos muito distintos entre si com harmonia. Por exemplo, andando em qualquer rua de Seul você pode ver diversos prédios modernos do lado de templos e arquiteturas tradicionais, no campus da faculdade, durante o dia você só vê estudantes jovens, mas, no fim da tarde e de noite, muitos idosos vão às quadras do campus para caminhar e se exercitar. É um enlace muito bonito do antigo com o moderno, muito disso explicado pelo carinho e apreço intenso que eles possuem da sua história, mas também de poder continuar construindo-a e se desenvolvendo.
Além disso, há muitos elementos cotidianos que são muito preciosos à sua cultura, como o respeito à individualidade, ao silêncio em ambientes como o metrô, o cuidado em não se atrasar devido ao tempo ser valioso. Essas questões, esse respeito consensual que vi nas pessoas de Seul, por alguns estrangeiros podem ser interpretadas como parte de um “comportamento fechado”, mas vejo tal visão como inadequada. Sinto que a Coreia do Sul pode fornecer essa impressão num primeiro momento, mas faz parte da sua cultura, a qual tem um apreço muito grande por esse respeito à vida pessoal e individual.
Todavia, o apreço às amizades, principalmente as de longa data, também são muito apreciadas e cultivadas, tanto que há várias datas para expressar gratidão aos seus amigos, como o “Pepero Day”, um dia em que se entrega um doce em formato de palito, caseiro ou da própria marca Pepero, para quem é especial para você. Também há, espalhadas nas ruas de todos os bairros, inúmeros locais que servem para entrar e tirar fotos com seus amigos e guardar a fotografia de lembrança.
Sendo assim, para mim, a Coreia do Sul é um país que fica mais encantador a cada dia que se passa e se vivencia lá. E quanto mais você busca compreender tais elementos que fazem parte da cultura coreana, e o quanto o respeito ao outro e o respeito à história são elementos cruciais aos sul-coreanos, mais você se apaixona pelo país.
7) Você recomendaria a HUFS?
Com certeza! A HUFS é uma universidade muito boa em diversos aspectos, desde questões práticas como: estar num bairro mais tranquilo e afastado do centro da cidade, mas próximo ao metrô, o campus é bem organizado e a infraestrutura é ótima, entre outros. Mas, além disso, tanto o corpo docente quanto os estudantes são de diversas nacionalidades, o que promove um aprendizado e troca cultural constante e diária. Também há um cuidado ao receber os intercambistas e integrá-los, como a reunião no início do para dar as instruções e orientações necessárias sobre o campus, aulas e dormitórios e uma festa de boas-vindas, além dos estudantes regulares da HUFS serem atenciosos e prestativos.
8) Quais as coisas que você mais gostou na Coreia do Sul?
Me encantou como Seul sempre tinha eventos para comparecer, não importa a época. Toda a mudança de estação algum bairro organiza feiras com atividades e comidas típicas do período. Haviam também celebrações de culturas de outros países para prestigiar os imigrantes - um exemplo foi o “Latin American Festival”, em que compareci e haviam barracas de imigrantes de diversos países da América Latina para a comunidade prestigiar a comida típica desses países. Também haviam os festivais das próprias universidades, com cada uma convidando artistas famosos na Coreia do Sul para realizarem um show para os estudantes. Por último, ocorriam eventos maiores que mobilizaram toda a cidade, como shows com centenas de drones e fogos de artifício no Rio Han. Em suma, sempre há algum evento, feira ou atividade para fazer, tornando cada dia que passei lá um dia único.
9) Para sua formação, qual a importância desse intercâmbio?
O intercâmbio se tornou uma vivência e aprendizado que complementaram minha formação intensamente, dado que, enquanto estava na Coreia do Sul, pude participar de diversos eventos e atividades acadêmicas, além das aulas que tive, que moldaram minha forma de visualizar os estudos de Relações Internacionais. Isso porque, ao aprender sobre a Ásia estando lá e estudando textos de autores asiáticos, pude aprofundar ainda mais meu interesse nessa área de estudos e no ambiente de pesquisa.
Em adendo, também pude me desenvolver com experiências que só poderia ter vivenciado lá, como ter sido tutora no Departamento de Português da HUFS, auxiliando sul-coreanos que tem como curso de graduação o Portugês, a saberem mais sobre o Brasil e o idioma.
Em conclusão, foi um complemento muito significativo pela troca que pude ter com as disciplinas, meus professores e demais alunos.
10) Alguma curiosidade para contar do período que passou na Coreia do Sul?
Tenho várias curiosidades sobre a Coreia do Sul, mas seguem abaixo algumas delas:
- A maior parte das comidas é mais agridoce do que apimentada, ao contrário do que muitos pensam de que lá tudo é apimentado;
- A água em todo o restaurante é gratuita, mas não no estilo “tap water”, é água filtrada. Além disso, a grande parte das pias e bebedouros da Coreia possuem água fria e quente;
- Há muitas cafeterias e você pode encontrá-las em qualquer lugar, os sul-coreanos consomem muito café, principalmente o iced americano e demais cafés gelados, seja verão ou inverno;
- Também é muito comum ver espaços de karaokê, eles funcionam como um estabelecimento com muitas cabines, você entra em uma delas e pode cantar músicas coreanas e/ou ocidentais. É muito divertido ir com os amigos, mas a maioria dos sul-coreanos vão sozinhos;
- O país é muito seguro, você pode deixar seu computador/celular na biblioteca ou café e sair por horas e, quando você voltar, tudo estará no seu devido local. Além disso, quando você vê um objeto perdido na rua, como uma carteira, o usual é deixar onde está, pois, geralmente, quem perdeu refaz o caminho até reencontrar o objeto, por isso é importante deixá-lo no lugar ao invés de entregar à polícia, por exemplo.
A Assessoria de Relações Internacionais e Institucionais (ARII) é o setor responsável por auxiliar o estudante interessado em realizar um intercâmbio, além de divulgar oportunidades no exterior: bolsas de estudos, cursos, estágios, congressos, seminários, programas de cooperação internacional, etc. Saiba mais: www.pucsp.br/arii.
Quer informações sobre editais, depoimento de intercambistas e eventos realizados pela Arii, acompanhe o perfil do setor no Instagram: @ariipucsp.
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