Movimentos sociais e universidade juntos para pensar o Brasil

O curso "Realidade Brasileira" teve início dia 18/3, com a presença da reitora Maria Amalia Andery e do ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania

Universidade e movimentos sociais juntos, para refletir sobre o Brasil e pensar formas de superar desafios no país.

Com esse horizonte à frente, teve início no último sábado, dia 18/3, no Tuca, o curso Realidade Brasileira, organizado pela PUC-SP, Movimento Sem Terra, Movimento Brasil Popular, Levante Popular da Juventude, Escola Nacional Florestan Fernandes e Comitês Populares de São Paulo.

A mesa de abertura teve a presença da reitora Maria Amalia Andery e de João Paulo Rodrigues, do MST. A aula inaugural foi realizada pelo ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos e da Cidadania, e pela antropóloga Bernadete Castro.

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O curso de Extensão terá oito módulos, que irão até novembro, com o objetivo de aprofundar a compreensão da realidade brasileira e pensar formas coletivas para transformá-la.

Para saber mais, basta seguir o perfil no instagram @crb.sp, onde serão divulgados, além das informações sobre o curso, conteúdos segmentados e informativos sobre as aulas ao longo do ano, dando oportunidade para quem não conseguiu se inscrever a também ter acesso a parte dos temas abordados.

O J.PUC perguntou aos participantes da abertura se consideram importante a aproximação dos movimentos sociais e das universidades, como propicia o curso que se iniciou em 18/3.

Leia a seguir seus depoimentos:

♦ Silvio Almeida, ministro de Direitos Humanos e da Cidadania
“O encontro dos movimentos sociais com as universidades já era algo almejado desde a criação das instituições de ensino superior, pelo menos por aqueles que a viam como um lugar para pensar o Brasil. Darcy Ribeiro, com a criação da UNB, por exemplo, tinha isso em mente. Ou seja, uma universidade do povo e para o povo brasileiro, que pudesse ser, em si, o local de reflexão sobre as possibilidades e as formas de superação dos desafios do Brasil. Este curso será importante e retomará o papel que os grandes pensadores tinham em relação às universidades”.

♦ Maria Amalia Andery, reitora da PUC-SP
“A universidade que não estiver aberta, que não compartilhar seu conhecimento para o movimento social e, principalmente, a universidade que não ouvir o conhecimento dos movimentos sociais, esta universidade não cabe no século 21. Não deveria ter cabido nunca e muito menos cabe agora, tenderia a se tornar um deserto de ideias. A importância deste curso está justamente na possibilidade que ele traz para a universidade participar com seus conhecimentos, mas, principalmente, aprender e participar de uma discussão sobre quais caminhos nos trouxeram até aqui e por onde podemos seguir. E o MST é, certamente, o maior e o mais importante movimento social que o Brasil tem e já teve”.

♦ João Paulo Rodrigues, MST
“O curso Realidade Brasileira já tem uma trajetória importante de formar jovens lideranças das periferias do campo e da cidade, mas seu objetivo principal é envolver organizações populares e universidades. A PUC-SP está nos dando a oportunidade de realizar uma espécie de experiência modelo disso, ajudando a coordenar o curso e dando contribuição teórica. Conseguiremos misturar movimentos populares e pensamento acadêmico brasileiro.”

♦ Bernadete Castro, antropóloga
“Acredito que a relação da universidade com os movimentos sociais representa uma experiência para todos nós, alunos, professores e militantes, da relação conhecimento e prática. A universidade tem esse papel formador da nossa consciência, da nossa visão de mundo, que se efetiva pela prática na ação. E os movimentos sociais são a representação disso. Com atividades como essa, caminhamos no sentido da práxis, para a construção de uma coisa nova dentro da sociedade brasileira.”

 

 

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