PUC-SP sedia encontro de reitores de universidades comunitárias promovido pela ABRUC
A reitora Maria Amalia Andery recebeu o prêmio Mérito Educação Comunitária pela sua...
O trabalho da ex-aluna e funcionária da PUC-SP, Luanda Ferraz, foi orientado pela profa. Ana Paula Ferreira da Silva
O Plano de Incentivo à Pesquisa (PIPEq) foi tema da dissertação de mestrado do Programa de Pós em Educação: História, Política, Sociedade (EHPS). O trabalho da ex-aluna e funcionaria da PUC-SP, Luanda Ferraz, que tem como título “Políticas de fomento à pesquisa: implementação e efeitos do PIPEq na PUC-SP”, foi orientado pela profa. Ana Paula Ferreira da Silva.
Idealizado e implementado em 2014, pela então pró-reitora de Pós-Graduação, profa. Maria Amalia Pie Abib Andery, atual reitora da PUC-SP, o PIPEq é uma iniciativa pioneira na Universidade, que confere suporte para o desenvolvimento de pesquisas científicas com alta qualidade acadêmica em diferentes linhas de fomento.
Segundo Maria Amalia Andery, “o PIPEq visa estimular a pesquisa dos docentes da PUC-SP e o faz de diferentes formas, respeitando a diversidade, a pluralidade de interesses, as diversas áreas de conhecimento e a autonomia de investigação dos pesquisadores”.
Confira abaixo a entrevista com Luana Ferraz sobre a dissertação:
Por que escolheu falar sobre o Pipeq na sua dissertação?
A escolha de realizar a pesquisa sobre o Plano de Incentivo à Pesquisa (PIPEq) decorre do meu exercício como membro da equipe gestora da Assessoria de Pesquisa desde 2015, acompanhando as atividades acadêmicas e financeiras do PIPEq. Em 2014, quando o projeto foi concebido pela então pró-reitora de Pós-Graduação, profa. Maria Amalia Pie Abib Andery, as políticas de pesquisa na PUC-SP englobavam: (I) as “horas-pesquisa” (bolsas para projetos de pesquisas de docentes),
(II) o PIBIC para alunos de graduação; (III) a bolsa dissídio para docentes e funcionários que desejassem cursar graduação ou pós-graduação. Com a posse da Profa. Maria Amalia como reitora, o PIPEq passou por reformulações, ampliou os editais de financiamento e começou a se consolidar como uma política de pesquisa muito mais ampla, em consonância com as diretrizes da CAPES e do Planejamento de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade. Diante disso, percebemos que era o momento de se avaliar essa política, elaborar um comparativo de sua implementação, gerar relatórios/diagnósticos que subsidiassem temas de interesse da Universidade e até mesmo temas de interesse dos pesquisadores da Instituição.
Qual o impacto do PIPEq nas pesquisas desenvolvidas na PUC-SP?
O contínuo investimento financeiro do PIPEq, por meio de sua mantenedora, Fundação São Paulo, garantiu não só a continuidade das pesquisas realizadas pelos(as) docentes, mas também efeitos positivos para a melhoria dos indicadores da Universidade. Atualmente, existe uma crescente tendência de se avaliar pesquisadores e universidades por meio de indicadores bibliométricos que calculam e monitoram as citações - métrica de impacto. Os dados da Web of Science (WOS) e do Scopus foram utilizados para verificarmos o impacto do PIPEq nas pesquisas desenvolvidas, ambas as plataformas indexam periódicos científicos e monitoram as citações realizadas por meio das produções bibliográficas. Observando os indicadores apresentados no gráfico I verificamos um aumento de 8%, após 2015, do número de artigos publicados, e no período de 2010 a 2014 o número de artigos publicados obteve queda de 8%. Comparando os dados de artigos publicados de 2014 a 2020, observamos um crescimento expressivo de 287,50%, que se mantem até 2020. Mas o que chamou atenção foi o aumento considerável no número de citações entre 2010 a 2014 de 2.100%, a manutenção desse dado comparado ao período de 2015 até 2020 foi de 257%, evidenciando uma média de crescimento interanual até 2020 de 342%:
Gráfico I - Evolução do número de publicações indexadas na WOS (2010-2020)
Fonte: Clarivate (WOS) - acesso em 21.11.2021
Os dados disponibilizados pela Scopus (gráfico 2) evidenciaram que, de 2010 a 2014, o número de artigos publicados teve aumento de 178%, e comparando os dados de 2014 a 2015 o aumento foi de 30%. No período de 2010 a 2020, a PUC- SP teve um crescimento de 277% do número de artigos publicados, e manteve aumento de 19% no período de 2015 a 2020.
Gráfico 2 - Evolução do número de publicações indexadas no Scopus (2010-2020)
Fonte: Scopus (acesso em 21.11.2021)
Portanto, existe um movimento crescente a partir de 2015 de publicações científicas qualificadas, revelando impactos positivos após a implementação do PIPEq, uma vez que houve recorrência no incremento das publicações e citações nas plataformas nacionais e internacionais, impulsionando o reconhecimento da excelência acadêmica da PUC-SP.
O que você concluiu com sua pesquisa?
O posicionamento da PUC-SP no debate político a fez ocupar um lugar de fala, resistindo e defendendo o seu papel social e seu compromisso na defesa da formação de uma sociedade justa e igualitária. A Universidade se reconhece como um espaço crítico, o que a fez se fortalecer nas áreas de conhecimento que abrangem as ciências humanas, no entanto são áreas em que os dados da pesquisa demonstraram que o Brasil pouco favorece como sendo prioritárias (mas que efetivamente são prioritárias). E as consequências do posicionamento/identidade da PUC-SP na constituição do seu campo, em contrapartida, a desfavorece no momento da escolha do que as agências externas vão financiar, uma vez que estruturalmente temos uma distribuição desigual de capital científico no país. Sabemos que as políticas de fomento à pesquisa no país advêm fundamentalmente dos fundos públicos. Assim, concluímos na pesquisa que a implementação do PIPEq, além de ser uma inciativa excepcional, foi fundamental para a continuidade das pesquisas realizadas pelos docentes da PUC-SP, pois garantiu sua participação no desenvolvimento das pesquisas na área de humanas, contribuindo para o debate não só das demandas específicas da área, mas também para temas transversais que incrementam as publicações científicas, e que contam cada dia mais com a escassez de editais externos específicos para a área. Cabe destacar o caráter democrático do PIPEq, com seus editais públicos e transparentes, que garante o acesso dos(as) docentes da Universidade, favorecendo as diferentes etapas de uma pesquisa.