VII Salão do Livro Político: abertura tem a presença de lideranças políticas
Evento no Tuca teve a presença da ex-presidenta Dilma Rousseff e do ex-vice presidente boliviano Álvaro García Linera
“Sem um livro eu não sobrevivo. Eu cheguei a ponto de ler bula de remédio na prisão, por que a compulsão pela leitura era enorme. Depois nós tomamos providências para conseguir, por outros metódos, aqueles livros proibidos, como o "Capital". Lembro que algumas vezes eles chamavam no presídio a Operação Bandeirantes para fazerem uma batida. Escondíamos os livros sob um tablado no chão e quando eram encontrados tínhamos de negociar. Li muita coisa sistematicamente nos três anos que passei lá. Então, o livro na minha vida tornou-se uma necessidade, por isso respeito aqueles que fazem livro". Foi com um depoimento emocionado que a ex-presidenta Dilma Rousseff participou da abertura do VII Salão do Livro Político, na noite de segunda-feira (20/6), no palco principal do Tuca.
O evento, que teve como tema “Resgatando a Democracia na América Latina”, contou ainda com as presenças de Guilherme Boulos (PSOL) , Manuela d’Ávila (PCdoB) e do ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera.
Na sua fala, Linera destacou o avanço da esquerda na América Latina e falou sobre a vitória de Gustavo Petro e Francia Márquez, respectivamente presidente e vice-presidenta eleitos da Colômbia no último domigo. “O continente volta a olhar para o povo e para a justiça ao invés de vingança e castigo. Sabemos como as coisas são tão desiguais em nosso continente e essa vitória na Colômbia, onde estava tudo construído para que a esperança não triunfasse, nos mostra que nada é impossível”.
O VII Salão do Livro Político acontece de 20 a 24/06 no Tucarena. Veja a programação clicando aqui.
Confira abaixo depoimentos de alguns dos participantes da mesa de abertura sobre a PUC-SP:
Dilma Rousseff: "A PUC-SP tem um compromisso com algo que acho fundamental, que é o combate necessário contra a desigualdade histórica em nosso país, que é de classes, mas também de raça e de gênero. Para nós a questão nacional é também uma questão racial. Penso que a PUC permite que isso seja debatido, que isso seja construído. A PUC é uma instituição absolutamente relevante para a luta do povo brasileiro pela democracia”.
Manuela d’Ávila: "O Salão do Livro Político tem a relevância de trazer à tona e de tentar criar espaços de debate político no Brasil. Hoje, temos uma esfera pública interditada por um presidente violento que acha que o debate não pode existir e que a divergência não tem que ser respeitada, mas eliminada. O Salão é importante por ser o oposto disso, é um espaço de debate diverso sobre os rumos do Brasil. A PUC-SP é uma parceira na luta pela democracia, por isso ela está sempre presente, em especial em eventos como esse".
Preta Ferreira: “Primeiro quero agradecer porque todas as vezes me sinto muito bem acolhida (na PUC-SP). Aqui tem uma galera que entende, sobretudo, a questão dos direitos constitucionais. Não desistam, vocês são o futuro deste país e a gente conta com vocês. Obrigada também por abrirem as portas para nos ouvirem, ouvir quem realmente constrói este país. Gratidão".
Guilherme Boulos: " A PUC-SP tem uma história de luta democrática e de resistência democrática, e agora sediar o Salão do Livro Político reforça essa tradição. Eu tenho hoje a honra de fazer parte do quadro de professores da pós-graduação. E num ano tão decisivo e de encruzilhada na história do nosso país, no qual está em jogo uma escolha entre a democracia e a barbárie, a PUC-SP sediar o Salão, a integração latino-americana e promover o diálogo crítico necessário e democrático, é mais uma vez manter a altura da sua história".
Assista aqui matéria realizada pela TVPUC mostrando o encontro da reitora Maria Amalia Andery com os participantes da abertura do VII Salão do Livro Político: