Envelhecimento e ageísmo são abordados em workshop

DRH em Sorocaba organizou aula sobre o tema

por Redação | 13/09/2018

Dia 12/9, a Divisão de Recursos Humanos promoveu o workshop Motivação para todas as etapas da vida: o novo da velhice, em comemoração ao Dia do Idoso (celebrado em 27/9). A aula foi ministrada pela professora Maria Célia de Abreu, no Anfiteatro da Biblioteca do campus Sorocaba.
Entre os objetivos da iniciativa estava o de encarar a terceira idade como uma nova paisagem, com suas características únicas. “O grupo dos velhos tem muitas diferenças”, reforçou Maria Célia. “Quando observamos os bebês, que têm poucas horas de vida, vemos que cada um se comporta de uma maneira. Imagine-os, então, 50 anos depois”.
A professora indicou, ainda, que prefere a expressão “velho” a qualquer outra terminologia. Segundo ela, esta palavra pode ser um substantivo ou adjetivo, “e precisamos nos separar dos adjetivos pejorativos”.
Um paradoxo foi apontado por Maria Célia: “ser velho é uma coisa nova”, afirmou. “As pessoas costumavam morrer cedo. A geriatria, por exemplo, só ganhou força no começo do século 20. A ciência passou a se interessar mais pelo idoso nos anos 50. Acredito que o desafio da sociedade moderna é adaptar-se à velhice”.
“Em 2010, 11% da população brasileira tinha mais de 60 anos. A previsão é de que essa parcela seja de 30% em 2040”, acrescentou. A velocidade do processo de envelhecimento da sociedade, de acordo com a especialista, pode estimular o preconceito: “Não temos tempo para nos acostumar [a esta ideia]”. Este preconceito, inclusive, pode vir “disfarçado de carinho”: Maria Célia questionou a sinceridade de elogios como “vovozinha querida”, por exemplo. “Você não diz esse tipo de coisa para alguém do seu nível, apenas para quem você considera que está abaixo de você”.
A linha de pensamento do ageísmo, defendida pelo psiquiatra Robert Butler, foi citada durante a palestra. O termo apareceu pela primeira vez em 1969, designando a discriminação sofrida por pessoas com base em sua idade. “Antes de dizer ‘não posso fazer algo porque estou velho’, pergunte-se o real motivo. Você não tem limitações porque é velho”, defende.

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